Por Daniel Carvalho, Enviado especial
TAUBATÉ, SP, 25 de outubro (Folhapress) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi hoje a Taubaté (SP) para tentar reverter a tendência de derrota de seu candidato, Isaac do Carmo (PT).
No primeiro turno, Carmo obteve 26% dos votos válidos, contra 49% de seu adversário tucano, Ortiz Júnior (PSDB).
Segundo pesquisa Ibope mais recente, a situação não melhorou para o petista na campanha do segundo turno. Ortiz tem 55% das intenções de voto, enquanto Isaac tem 32%. Em discurso após carreata, Lula criticou a família Ortiz, do rival tucano.
"Uma família dirige uma fazenda, uma família dirige uma fábrica se quiser. Mas uma cidade tem que ser democratizada e o povo tem que, de quatro em quatro anos, eleger pessoas, de preferência, diferentes. Taubaté é uma cidade importante. Não pode ser tratada como se fosse o curral de uma família", afirmou.
Lula associou sua trajetória à do candidato petista, que também foi metalúrgico e sindicalista, e criticou as "elites" --ponto que tem repetido em discursos de campanha pelo país. Disse ainda ter muitos adversários e que sempre foi "vítima de preconceito" da elite.
"A elite deste país é democrática enquanto ela está no poder e nós estamos batendo palma no palanque. Mas quando a gente sobe num palanque e eles têm que bater palma, eles não querem", afirmou.
O ex-presidente também rebateu críticas que recebeu quando lançou o programa Bolsa Família e voltou ao tema da disputa de classes. "O que incomoda a elite brasileira é pobre estar andando de avião".
Lula rebateu novamente a crítica de que elegeu um poste --a presidente Dilma Rousseff-- e tenta eleger outros dois: Fernando Haddad (PT), em São Paulo, e Isaac do Carmo, em Taubaté.
"Eles [os tucanos] não podem indicar poste porque em 2001 fizeram o apagão neste país. Agora, eu posso indicar poste porque, da mesma forma que de grão em grão a galinha enche o papo, de poste em poste a gente ilumina o Brasil."
O PT em Taubaté está coligado com o PMDB e o PSDC. A vice da chapa é do PMDB.
O PSDB soma o apoio de 12 partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff. Além do PSB, estão na coligação siglas como PRB, PP, PDT, PTB, PC do B, PSD e DEM. O vice é do PTB.
O candidato derrotado do PSOL, Jenis de Andrade, descartou a possibilidade de apoiar uma das candidaturas. O candidato do PV, Padre Afonso, que também não passou da primeira etapa das eleições, ainda não declarou seu apoio.
Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2012, 21:57:00 Editado em 27.04.2020, 20:38:37
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