Russomanno critica "indústria da multa" e promete ampliar motofaixa

Por Diógenes Campanha

SÃO PAULO, SP, 10 de setembro (Folhapress) - O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, aproveitou evento em que recebeu o apoio de sindicatos de motofretistas (motoboys), hoje, para criticar o que chamou de "indústria da multa" na cidade.

Durante ato na sede do Sindimotos (Sindicato dos Mensageitos Motociclistas, Ciclistas Profisisonais de São Paulo), na zona sul, ele afirmou que muitas vias de São Paulo tiveram a velocidade máxima reduzida para aumentar a arrecadação da administração municipal. Depois, voltou a atacar a prefeitura em entrevista.

"É um absurdo que se vá arrecadar quase R$ 1 bilhão de multas em São Paulo. Isso é uma indústria de multas, não é educação de trânsito", disse o candidato.

Ele prometeu ampliar o número de motofaixas, corredores exclusivos para a circulação de motociclistas. Afirmou ser "motociclista" e utilizar a faixa na avenida Sumaré (zona oeste) para ir à sede de sua produtora, na Barra Funda. O candidato, no entanto, não afirmou quais vias da cidade contarão com motofaixas, caso seja eleito.

Sinalizou apenas que pretende implantar uma delas na pista local da marginal Tietê. Atualmente, o trânsito de motos é proibido na pista expressa da marginal, mas Russomanno também não respondeu se vai liberar a circulação nessa via.

"Não vou discutir questões técnicas antes de conversar com os engenheiros da prefeitura", disse.

Depois do ato de adesão dos sindicatos de motoboys à sua campanha, Russomanno seguiu para a sede do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal, na Lapa (zona oeste). Lá, não houve manifestação de apoio --a entidade está promovendo encontros com os candidatos à prefeitura para que eles apresentem suas propostas para a segurança pública.

Russomanno voltou a afirmar que pretende aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana e cadastrar os vigias noturnos para que colaborem com a segurança pública --proposta que o prefeito Gilberto Kassab, na semana passada, comparou à criação de uma "mílicia".

"Não quero criar milícia nenhuma", disse o candidato, sem citar o nome do prefeito. Na última quinta, ele havia rebatido a crítica dizendo que Kassab deveria "enfiar o rabo entre as pernas".

Russomanno também prometeu ampliar a operação delegada, na qual a prefeitura paga para que policiais militares trabalhem durante a folga, para a Polícia Civil. Afirmou que a medida ajudaria a agilizar o andamento de inquéritos.

Haddad

Além de baixar o tom na crítica a Kassab, Russomanno evitou comentar as declarações de Fernando Haddad. O candidato do PT à prefeitura disse hoje que São Paulo dará um "salto no escuro" se eleger o líder das pesquisas de intenção de voto (35%, segundo o mais recente Datafolha).

O petista, que tem 16% e está tecnicamente empatado em segundo lugar com José Serra (PSDB), afirmou também que as propostas de Russomanno são "palpites", "balões de ensaio" e "passes de mágica".

"Não respondo. O povo sabe que estou certo", disse Russomanno.