O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveu uma nova solução tecnológica para assegurar a qualidade do álcool antisséptico, utilizado na prevenção ao novo coronavírus. Agora é possível solicitar ensaios para o controle de qualidade das matérias-primas utilizadas na produção de álcool 80% glicerinado, álcool em gel 70% e também de produtos finalizados.
A análise complementa outros serviços realizados pelo instituto, como a verificação do teor alcoólico – que confirma se o produto tem o percentual de álcool recomendado para ser antisséptico – e a análise de qualidade de frascos e tampas utilizados para envase.
Segundo o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, desde o início da pandemia, a equipe técnica tem se dedicado ao desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para atender as demandas que surgiram com o novo cenário sanitário, econômico e social.
“Nos últimos meses o Tecpar expandiu sua atuação e hoje conta com uma ampla gama de serviços de apoio ao setor produtivo. São análises que oferecem a garantia técnica de que determinado produto atende as normativas que asseguram sua eficácia”, afirma Jorge Callado.
ANÁLISES – Para que o álcool 70%, originalmente encontrado na forma líquida, seja transformado em produto final na forma de gel, é preciso o uso de matérias-primas adequadas que o tornem “mais espesso”. A principal matéria-prima analisada no álcool em gel 70% é o carbopol, denominação química do espessante que agrega viscosidade a produtos em forma gel e outras soluções.
De acordo com estudos dos pesquisadores do Centro de Tecnologia de Materiais do Tecpar, existem no mínimo dez diferentes tipos de carbopol no mercado atualmente. No entanto, nem todos eles atendem à legislação para produção de álcool em gel.
“Alguns destes tipos de carbopol disponíveis não agregam a viscosidade final necessária ao álcool gel. A escolha e aplicação adequada deste espessante é de fundamental importância a qual resulta em aspecto visual de transparência e sanitização eficaz”, explica o gerente da unidade, Marco Netzel.
Já no produto acabado (álcool gel) são realizados os ensaios de concentração final do álcool 70% e da viscosidade, assegurando a qualidade requerida do produto.
Nos ensaios para controle de qualidade do álcool líquido glicerinado 80%, a equipe técnica analisa também a glicerina, peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e concentração do álcool 96% empregado na formulação como matéria prima.
OUTRAS FRENTES – O Tecpar tem atuado a fim de apoiar o Governo do Estado na prevenção e combate ao novo coronavírus. Logo no início da pandemia, implantou uma nova planta industrial e passou a produzir de dois tipos de álcool antisséptico. A produção contribui para suprir a demanda das unidades da secretaria estadual da Saúde.
O instituto também ampliou a variedade de ensaios laboratoriais e começou a oferecer controle de qualidade de álcool antisséptico para revendedores e de máscaras de proteção descartáveis destinadas ao uso da população. O objetivo é garantir que estes produtos atendem às normativas de saúde e segurança da Anvisa.
Elaborou ainda dois relatórios para auxiliar empreendedores interessados em desenvolver novos produtos para o enfrentamento da Covid-19. Os documentos contêm informações para produzir e registrar respiradores artificiais e ventiladores pulmonares e para o uso de sanitizantes. Além disso, a Incubadora Tecnológica do Tecpar abriu edital para projetos de enfrentamento à Covid-19.
Para atender ao aumento da demanda pelos testes moleculares para identificar o vírus Sars-CoV-2, o Tecpar, em parceria com a Fiocruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), implantou em caráter emergencial a Unidade de Apoio para Diagnóstico da Covid-19. A ação ajudou a ampliar 830% a capacidade de testes diários da covid-19 no Paraná.
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