"Me senti sem reação". Estas foram as palavras da mãe do natimorto que teve o corpo trocado por um saco de serragem ao ser entregue para a família em um hospital de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O caso aconteceu no último sábado (30). Relembre o caso.
"Eu me sentia como se tivesse parado tudo. Para mim não era verdade, para mim eu ainda queria acreditar que ela ainda estaria ali", desabafou Larissa, de 19 anos.
A troca foi notada quando a avó e a tia paterna da criança assumiram os procedimentos para realizar o sepultamento em Imbaú, cidade da família. Elas queriam colocar uma roupinha no bebê que faleceu com 24 semanas de gestação, mas ao abrirem o caixão, encontraram apenas o material.
As imagens que circulam nas redes sociais foram registradas após a família retirar o que acreditava ser o corpo do necrotério do Hospital Geral da Unimed (HGU). A cooperativa de saúde conversou com a RPC e afirmou que investiga o caso, além de lamentar o ocorrido. Disse, ainda, que câmeras internas mostram cenas do último sábado (30), mas não soube informar porquê o saco com serragens estava no local.
"Nós temos a nossa equipe assistencial, a enfermeira, levando o corpo até o necrotério. Posteriormente nós temos nosso colaborador realizando a abertura desse local e indo até o local para retirada o corpo. No momento então a funerária e os familiares entram no necrotério com a urna funerária e saem desse necrotério com a urna fechada. É importante nós destacarmos que a todo momento estava lá o corpo, e esse pacote, que nós não sabemos a origem, não é de uso hospitalar. Ao que parece é de uso funerário e que as autoridades estão investigando como esse pacote foi parar lá. A funerária juntamente com os familiares vão, entram, nosso colaborador fica na porta, eles retornam já com a urna fechada e saem do necrotério. Oportunidade em que, como era o único corpo no local, ele fecha o necrotério e retorna às atividades", afirmou Andressa Slompo, advogada do HGU.
A família retornou ao hospital, após o momento em que foi identificado que o corpo da criança, que se chamaria Helena, havia permanecido na instituição durante todo o tempo. Ela foi entregue à família na presença da polícia.
"Só tivemos conhecimento realmente dos fatos com o retorno da família e das autoridades policiais. Oportunidade em que as câmeras de segurança demonstram que todos foram, retornaram até o necrotério e constataram que o corpo permanecia lá, identificado a todo tempo. Assim como é interessa da família também é interesse do hospital esclarecer todos esses fatos. Nós temos protocolos, nós estamos com uma equipe que realmente lamenta muito todo o ocorrido. Nós estamos prestando todo o apoio, entramos em contato com a família, e também é do nosso interesse que tudo seja esclarecido. Da onde veio esse pacote, da onde é, e que realmente essa família possa ficar tranquila e viva seu luto de uma forma mais tranquila", disse a representante do hospital.
Investigação
A Polícia Civil, responsável por investigar o caso, começou a colher depoimentos dos familiares, profissionais da funerária e também de testemunhas. Os representantes do hospital também foram ouvidos.
Conforme o delegado responsável, a investigação apura se houve a intenção de substituição do corpo por serragem. "Nós temos que analisar se todos os protocolos foram obedecidos para a retirada do corpo. Certamente em algum instante houve uma quebra. Isso tudo vai ser objeto de investigação e vai ser analisada a questão do dolo, se realmente houve o intuito da substituição ou não daquele corpo. Isso é fundamental pra finalização da investigação", disse o delegado.
Por nota, a funerária afirmou que seguiu os protocolos no momento da retirada do corpo do hospital e que tudo foi acompanhado pela família.
Fonte: Informações do g1.
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