A quem achava “ou torcia” para que ele estivesse aposentado e a quem acha que ele está velho aos 81 anos, Roberto Requião manda recado, enquanto mostra o bíceps de 41 centímetros de circunferência: “Do ponto de vista físico, fiz exames nos melhores hospitais e me deram os laudos. Tenho condições de viver até os 120 anos. Não sei se vivo tudo isso. Mas vou aproveitar cada dia de minha vida para dar um único sentido a ela, que é contribuir para uma vida melhor para o povo do Paraná. É o único compromisso que eu tenho”, diz, sobre sua disposição e a pré-candidatura ao governo do Paraná pela federação de partidos progressistas, liderada pelo PT, sua nova casa. O ex-governador é o primeiro pré-candidato ao governo do Estado entrevistado pelo grupo Tribuna do Norte/ TNOnline.
“Não sou candidato por ambição pessoal. Já fui governador três vezes. Sou pré-candidato porque tenho a responsabilidade de consertar essa bagunça que fizeram do Estado”, explica.
E o ex-governador se mostra afiado. “Estão destruindo o Paraná. E essa é minha indignação, o que me fez sair da minha tranquilidade, avaliar que tenho experiência e qualificação para consertar esses erros todos e me colocar à disposição dos partidos”.
Requião deixa bem claras suas prioridades: atuação na Sanepar e Copel, para redução de tarifas de água e luz e ampliação da rede pública de internet; impedir a renovação do contrato do pedágio; ampliar os quadros funcionais da educação, segurança pública e da saúde; reduzir impostos para micro e pequenas empresas; retomar programas sociais para as populações periféricas.
Requião defende que tarifas de água e de luz “estão lá em cima, sem nenhuma necessidade” porque as empresas, hoje, priorizam lucros aos sócios privados. “E os lucros da Copel da são astronômicos. Esse ano foi de R$ 5,1 bilhões e publicam na imprensa que estão distribuindo 65% disso aos sócios privados”.
Requião destaca que, quando governador, distribuía 25% do lucro aos acionistas e o resto era para investimentos. “Fiz duas usinas com isso”, relembra. E promete: “Vou fazer o que fiz no passado”, lembrando de quando congelou preço de energia elétrica no Paraná por 8 anos. E destaca que também segurou tarifas de água e esgoto. “Dei energia de graça para os mais pobres. Criei tarifas sociais para as pessoas sobreviverem no momento de dificuldade”.
Requião não foge a um dos temas que marcaram sua trajetória política no Estado. Em uma de suas campanhas, sobre o pedágio, ele dizia “Ou abaixa, ou acaba”. Nem uma coisa, nem outra aconteceu, quando se elegeu. E como ele tratará desse tema na atual campanha?
“Em primeiro lugar, acabo com ele (o pedágio) se for eleito”, afirma. E explica: “Vou tentar evitar quer façam esse contrato. O Ratinho quer fazer o que o Lerner fez. Ele (Ratinho) já fez acordo. E o preço do pedágio será terrível no Paraná. Mas ele quer jogar isso para depois da eleição, um estelionato eleitoral. Está enganando o povo”, afirma.
Sobre a falta de professores, policiais militares, delegados e agentes da Polícia Civil e profissionais da saúde, Requião volta a afirmar que o estado tem condições de contratar e melhor remunerar os quadros.
“O Estado do Paraná está dando isenção tributária secreta para multinacionais na ordem de 17 bilhões de reais”, denuncia. E completa o raciocínio: “Pega o funcionalismo, de quadro geral, aquele pessoal que ganha pouco, que mal consegue alimentar a família, se completasse os 30% de defasagem salarial - não falo de aumento -, isso custaria mais ou menos 4,6 bilhões de reais. E estão dando 17 bilhões secretamente em isenção de imposto”. Para ele, se fizer “ajustes de gestão”, tem como ampliar pessoal e investimentos do Estado. ASSISTA:
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