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Reforma polêmica faz Teatro Paiol virar meme nas redes sociais

A repercussão negativa foi tamanha que há internautas comparando a reforma do Teatro Paiol ao restauro de uma pintura secular espanhola

Da Redação

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O obra ficou conhecida como o Cristo de Borja
Icone Camera Foto por Reprodução/ Bem Paraná
O obra ficou conhecida como o Cristo de Borja
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.12.2022, 17:59:56 Editado em 15.12.2022, 17:59:54
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Em novembro, a prefeitura de Curitiba finalizou as obras de reforma do Teatro Paiol, localizado no bairro Prado Velho, Regional Matriz. O espaço que originalmente era um paiol para guardar pólvora, foi idealizado, criado por Jaime Lerner e inaugurado há 51 anos, em 27 de dezembro de 1971, com um show de Vinicius de Moraes e Toquinho. As informações são do Bem Paraná.

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Em março deste ano, a prefeitura anunciou um restauro para reforço estrutural, tratamento de rachaduras, reforma do telhado, troca de calhas e do isolamento acústico, drenagem e impermeabilização. Mas o que ninguém esperava era ver a pintura escolhida esconder as marcas do tempo das paredes da construção.

A repercussão negativa foi tamanha que há internautas comparando a reforma do Teatro Paiol ao restauro de uma pintura secular espanhola. O obra ficou conhecida como o Cristo de Borja.

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O prefeito Rafael Greca usou as redes sociais para explicar o parte do processo. “A restauração era imperiosa pela ruína do telhado já com telhas de barro poroso. A pátina amarela será trabalhada conforme orientação dos arquitetos. A primeira pintura não ficou boa. Será jateada por vap. Vamos trabalhar no meio termo de bom gosto. Não existe Patrimônio abandonado ou arruinado. Pátina venerável só trás o tempo”, postou.

O arquiteto Abrão Assad, autor do projeto de reciclagem do Teatro Paiol (1971) , relatou surpresa ao saber o do projeto e se disse consternado ao ver ‘in loco” o trabalho. “Indignado e desolado fiquei ao constatar o andamento de um desconcertante trabalho de reforma totalmente equivocado! – uma desastrosa, grotesca e irresponsável descaracterização da obra original”, disse em uma publicação intitulada “Salve o Paiol”, assinada pelo arquiteto.

O profissional afirma ainda que procurou os órgãos responsáveis para entender o ocorrido “que igualmente consternados admitiram a gravidade deste sinistro acontecimento”.

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Cristo de Borja

Vários internautas foram até as redes sociais dizer que parte da história do local foram apagadas pela pintura escolhida. Uma postagem do perfil Centro de Curitiba, cita a decepção de Fernando Severo, “imagine chegar em Roma e encontrar o Castelo de Santo Ângelo pintado de abóbora”.

O desencanto com a reforma foi tanto, que já circula uma comparação com o malfadado restauro do Cristo de Borja. A obra Ecce Homo, uma pequena pintura de um professor de arte espanhol Eliás Garcia Martínez, no Santuário da Misericórdia de Borja, na Província de Saragoça na Espanha, ganhou fama ao ser “restaurada” pela paroquiana, Cecilia Giménez, que tinha em torno de 80 anos na época.

Ela disse na televisão nacional espanhola que ela havia começado a restaurar o quadro, porque estava chateada por partes dela terem sido lascadas devido à umidade nas paredes da igreja.

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Leia na íntegra o texto do arquiteto sobre a reforma do Paiol

“Não se rasga um retrato de família”, Jaime LernerPrezados! Sou autor do projeto de reciclagem do Teatro Paiol (1971), contratado pelo IPPUC – primeira obra realizada na primeira gestão do prefeito Jaime Lerner. Semana passada, professores e alunos da UTFPR me convidaram para participar de uma Live: assunto: “Restauro” do Teatro Paiol – Estudo de Caso. Soube então que o teatro passava por uma reforma.

Surpreso com a notícia e perplexo por não ter sido previamente chamado, consultado ou sequer informado pelos órgãos da prefeitura responsáveis pela preservação do nosso acervo, fui imediatamente verificar in loco a ocorrência. Muito mais surpreso, indignado e desolado fiquei ao constatar o andamento de um desconcertante trabalho de reforma totalmente equivocado! – uma desastrosa, grotesca e irresponsável descaracterização da obra original. Para entender o ocorrido, solicitei uma reunião com os órgãos responsáveis, que igualmente consternados admitiram a gravidade deste sinistro acontecimento. Diante de tal embaraço, de forma proativa, propus uma solução remediável para o problema – uma espécie de “cirurgia reparadora” de emergência – ressignificando na essência a fisionomia original da edificação. O Paiol desde sua origem passou por diversas adversidades, todas elas superadas. Infelizmente, quis o destino submetê-lo a mais uma. Grave é o problema, porém mais grave ainda será se nada for feito. Salve o Paiol. Curitiba, dezembro de 2022. Abrão Assad Arquiteto

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