Dois estudantes da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava, na região central do Paraná, denunciaram formalmente um professor do Departamento de Comunicação Social (Decs) por assédio sexual. Nesta segunda-feira (16), a procuradoria jurídica da instituição determinou o afastamento do docente enquanto uma sindicância apura o caso.
A reportagem do g1 Paraná teve acesso ao processo e, de acordo com o documento, além de assédio, a denúncia afirma que o professor procurou os alunos para pedir indicação de local para comprar drogas. A situação chegou à Ouvidoria da Unicentro após os estudantes formalizarem reclamação em 22 de setembro.
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Conforme apurações, o professor investigação começou a trabalhar na instituição no primeiro semestre de 2023 e tem remuneração bruta de R$ 9,3 mil. Ao g1, ele disse que não recebeu nenhum comunicado oficial da universidade, que desconhece o teor da denúncia e que, portanto, não tem "elementos para elaborar manifestação".
"Crises de ansiedade"
Em um relato extenso, os universitários citam situações em que dizem ter sido assediados, presencialmente e nas redes sociais. Em um dos casos, o estudante conta que o professor o abordou em uma área da universidade e afirmou: “Me disseram para não te falar isso, mas você é o menino mais bonito do departamento”.
Em outra situação, o estudante afirmou que o professor respondeu a uma publicação dele no Instagram dizendo que o jovem “fica bonito de qualquer jeito”. Com medo de como uma eventual resposta ao professor poderia ser interpretada, o aluno disse que preferiu parar de ir às aulas dele.
“Os comentários direcionados a mim fizeram com que se desencadeasse crises de ansiedade. Por não saber como reagir, e por medo de como uma reação minha pudesse ser recebida pelo professor, decidi parar de frequentar às aulas. [...] Confidenciei esses episódios apenas aos amigos mais próximos. A única aula que participei, foi para a apresentação de um seminário, pois não queria que minha falta afetasse minha nota", denuncia um dos alunos.
Em nota, a Unicentro disse que a instituição, assim como a Comissão nomeada para sindicância, não se manifestará até que os fatos sejam apurados. "Caso constarem a irregularidade por parte do professor, a instituição avaliará se emitirá alguma nota ou se apenas tomará as medidas legais cabíveis", diz a nota.
*Com informações g1 Paraná.
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