Um novo embarque recorde está sendo realizado no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá, nesta semana. No berço 214, o navio E.R Bayonne carrega 104,2 mil toneladas de farelo de soja. Este é o maior volume de granel de exportação já movimentado pelo porto.
É o segundo carregamento do ano, e da história, que passa das cem mil toneladas. O outro foi o navio Pacific South que, em junho, carregou pouco mais de 103 mil toneladas.
“O Porto de Paranaguá é um porto graneleiro, referência no mercado internacional e entre os exportadores brasileiros pela eficiência e pelo modelo único, adotado no Corredor de Exportação, que garante agilidade no embarque dos graneis. Esses fatores fazem com que, cada vez mais, embarques volumosos aconteçam por aqui”, afirma o diretor presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Segundo ele, a tendência é receber cada vez mais navios graneleiros de grande porte. “O Paraná já prepara o projeto de remodelação, modernização e repotenciamento do Corredor de Exportação, que permitirá que nossos portos sejam ainda mais competitivos”, afirma o presidente.
GIGANTE - A embarcação chegou na madrugada desta segunda-feira (20) e começou a carregar pela manhã, apesar da névoa. A carga que começa a encher os porões do navio chega de três diferentes terminais: Cotriguaçu, Coamo e Silos Públicos (horizontais). São quatro operadores envolvidos no carregamento (Céu Azul, Gransol, Cotrigraçu e Coamo) e o granel vem de cinco exportadores: Agrária, Cocamar, Cargill, Coamo e ADM.
O E.R Bayonne tem bandeira da Libéria. Assim como o Pacific South que, em junho, carregou pouco mais de 103 mil toneladas, este navio também mede 292 metros de comprimento e 45,05 metros de largura e tem nove porões (dois a mais que as embarcações que normalmente carregam graneis pelos portos do Paraná).
GRANDE PORTE - O farelo de soja carregado em Paranaguá será levado para o porto de Amsterdã, na Holanda. A operação no porto paranaense deve ser concluída até sexta-feira (24), data prevista para a saída do navio.
O diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, afirma que os portos paranaenses estão preparados em infraestrutura marítima e terrestre para receber e operar grandes embarcações e grandes volumes de carga. “Estamos atentos a esse mercado dos navios de grande porte e fazemos todos os ajustes operacionais, nos berços, para recebê-los”, garante.
Segundo Teixeira, esse tipo de super navio geralmente não opera direto, como é feito comumente com as embarcações de até 225 metros. “Este tipo de navio, devido ao tamanho, precisa fazer o giro para carregar, o que demanda mais tempo de atracação. Em contrapartida, levam duas vezes a quantidade de carga de uma embarcação que temos com mais frequência (de 65 mil toneladas)”, completa.
“A vinda desse segundo navio indica uma tendência de mercado. Se o mercado aponta para esse tipo de navio de maior porte, o Porto de Paranaguá deve evoluir e construir as condições necessárias, de infraestrutura marítima, terrestre e armazenagem, para atender”, diz Teixeira.
De acordo com ele, o frete por tonelada, usado em embarques volumosos, deixa o produto exportado por Paranaguá ainda mais competitivo. “Paranaguá tem uma história na movimentação do farelo de soja, devido às fábricas instaladas na área de influência, que aumentam a demanda. Temos força e tradição no carregamento do produto”, conclui. Atualmente, o Porto de Paranaguá é o segundo do país na exportação de farelo de soja.
OPERADORES – De acordo com o diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), André Maragliano, esse segundo embarque de grande porte é resultado dos investimentos da empresa pública e do desempenho que o segmento dos granéis de exportação vem alcançando este ano, mês após mês.
Ele cita o reforço dos berços, ampliação do calado (hoje de 12,5 metros), troca dos shiploaders. “Hoje estamos captando o resultado desses investimentos. Além disso, temos as regras de atracação que foram alteradas, na busca por maior eficiência e, com isso, reduziram os tempos e os pagamentos em demurrage (sobrestadia). Isso melhorou muito a atratividade do Porto de Paranaguá”, destaca.
Segundo Maragliano, outro fator que colabora para a demanda seria o volume de exportação de origem (principalmente do Paraná), que cresceu com a boa safra colhida e as condições atuais de mercado, como câmbio e preço.
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