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Pomar a céu aberto: ‘Maior bosque sensorial do mundo’ fica em Maringá

É possível aproveitar o espaço para lazer, piqueniques, observação de pássaros e, é claro, para a colheita e o consumo de frutas à vontade

Da Redação

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Ele está localizado no Bosque das Grevíleas, na Zona 5, em Maringá
Icone Camera Foto por Funverde
Ele está localizado no Bosque das Grevíleas, na Zona 5, em Maringá
Escrito por Da Redação
Publicado em 09.06.2024, 16:18:39 Editado em 09.06.2024, 16:18:54
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Com uma área total de mais 44 mil m², o Bosque Sensorial Ana Domingues é considerado o maior bosque sensorial aberto urbano do planeta. Ele está localizado no Bosque das Grevíleas, na Zona 5, em Maringá, e tem se transformado em um enorme pomar a céu aberto, com centenas de espécies de árvores frutíferas espalhadas por todo o terreno.

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A área não possui cercas, então fica aberta ao público durante todo o dia. Dessa forma, é possível aproveitar o espaço para lazer, piqueniques, observação de pássaros e, é claro, para a colheita e o consumo de frutas à vontade.

O projeto do Bosque Sensorial Ana Domingues

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Dá para se dizer que o conhecido Bosque das Grevíleas, ocupado predominantemente pela espécie da árvore de mesmo nome, está sendo substituído pelo Bosque Sensorial Ana Domingues. Isso porque, a Funverde -organização não governamental e sem fins lucrativos focada na preservação ambiental – tem realizado um trabalho de manutenção do espaço, retirando as grevíleas mortas e as substituindo por outras espécies de árvores, principalmente frutíferas.

Criada em 1999, a Funverde tem atuado em Maringá na recuperação do meio ambiente. Assim se instituiu o projeto do Bosque Sensorial no ano de 2009, como uma forma de manter a área ecológica do Bosque das Grevíleas, que estava se esvaziando naturalmente. O local recebeu o nome de Ana Domingues como forma de homenagear a criadora da ONG e idealizadora do projeto, que morreu em 2019.

De acordo com a organização, o Bosque tem como objetivo a preservação de espécies arbóreas em extinção, a criação de um ambiente diferenciado e com especial valor paisagístico no meio urbano e a promoção da educação ambiental aos visitantes.

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O projeto do bosque, escrito pelo engenheiro florestal André Furlanetto e atualmente presidido por Cláudio José Jorge, contou com a doação do terreno pela Prefeitura Municipal, que atualmente é responsável pela roçada. Já o plantio de novas árvores e a manutenção do espaço são feitos pelos voluntários da Funverde, que realizam podas, estaqueamento, instalação de protetores de roçada e irrigação em épocas de seca prolongada.

Atualmente, o Bosque Sensorial conta com mais de 2.800 árvores plantadas, sendo mais de 100 espécies e variedades, e constitui um verdadeiro espaço rural dentro da cidade. Do ano de criação até meados de 2021, o projeto recebia doações de mudas de árvores da Viapar e assim o terreno podia ser renovado. Com o término das operações da concessionária, a Funverde precisou passar a comprar árvores de viveiros e continua até hoje sem receber ajuda externa. Segundo Cláudio José Jorge, a organização recebe doações esporadicamente.

O que o Bosque oferece

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Para a Funverde, o Bosque Ana Domingues tem o papel de “aguçar a percepção dos visitantes, por meio dos cinco sentidos: visão, tato, audição, paladar e olfato, através da interação dos usuários com a diversidade de espécies de árvores, vivenciando a diversidade, tamanhos e texturas de troncos, folhas, cheiros de flores e paladar de frutos”.

Para o presidente da organização, a função do espaço é educativa.

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“Um dos objetivos do Bosque Sensorial é mostrar às crianças que a fruta não vem do supermercado, dentro de um recipiente de isopor, e sim de uma árvore. Colher a fruta do pé é uma sensação incrível”, explicou Cláudio Jorge.

O local é aberto ao público e não contém cercas, funcionando diariamente sem fechar. Assim, qualquer pessoa pode colher frutas à vontade. A área ecológica também oferece Academia da Terceira Idade (ATI), quiosque com venda de frutas e caldo de cana-de-açúcar, feira livre às quartas-feiras (das 17h30 às 21 horas) e espaços de lazer e recreação em meio ao natural.

Árvores frutíferas e espécies ameaçadas de extinção

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O grande chamariz do Bosque é a sua ampla variedade de espécies frutíferas. No entanto, esta época do ano não é propícia para a colheita, diferentemente da primavera e do verão. Mesmo assim, neste momento os visitantes podem encontrar bacupari, fruta do algodão doce (calabura) e carambola.

Veja a lista das espécies frutíferas plantadas no Bosque Sensorial:

Peroba rosa, cedro rosa, gurucaia, leiteiro vermelho, guabiroba, macadâmia, jatobá, jaracatiá, jabuticaba, cacau, jenipapo, bacupari, cereja-do-Rio-Grande, cereja do Ceilão, piranga, limão, nêspera, cravo-da-índia, araçá, pêssego, abacate, carambola, pinha, ariticum, seriguela, mogno, manga, amora, louro, canela da índia, café, côco, ingá, pau-mulato, jaca camucamo, calabura, graviola, macieira, marmelo, imbiruçu, paineiras, canafístula, pau-jacaré, jequitibá, lichia, eucalipto, sombreiro pau d’alho, goioevira, abiu, eucalipto arco-íris e pau-viola.

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Recentemente, o projeto adquiriu novas espécies de frutíferas, como a jaca âmbar (de aspecto alaranjado, de origem australiana e considerada a mais saborosa do mundo), o sapoti (originário da América Central) e o umbu doce do Nordeste.

Além das frutas, o Bosque Ana Domingues abriga árvores exóticas, originárias de diversas partes do mundo. Algumas foram trazidas de viagens internacionais realizadas pela Funverde. As que mais se destacam são o sobreiro (matéria-prima para as rolhas de vinho, originária da Península Ibérica), o eucalipto arco-íris (que possui tronco colorido e tem origem nas ilhas do leste Asiático) e o baobá (de origem africana e que pode chegar a 5 metros de diâmetro em seu tronco).

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Por fim, o Bosque realiza um importante trabalho de preservação de espécies em extinção, como o pau-brasil, o jequitibá-rosa e a peroba. Para o presidente da Funverde, a iniciativa do projeto visa a educação ambiental para a preservação de um futuro saudável.

Com a revitalização, o Bosque ganhou novos visitantes

Após o plantio de espécies frutíferas que passaram a substituir as grevíleas, muitos pássaros começaram a frequentar o Bosque Sensorial em busca de comida, proporcionando mais uma experiência aos visitantes. Agora, é possível fazer a observação dos pássaros, apreciar suas cantigas e até ver grandes aves de perto, como os carcarás que voam próximos ao solo. Pequenos macacos e siriemas também podem ser vistos por lá.

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Funverde planeja encerrar o projeto em dois anos e ampliar para outras regiões

Em entrevista ao GMC Online, o presidente da entidade, Cláudio Jorge, afirmou que o Bosque Ana Domingues estará completamente renovado em cerca de dois anos, após todas as grevíleas chegarem ao seu prazo de vida natural. “Não podemos dar [o projeto] como encerrado até que todas elas [as grevíleas] tenham saído de lá. Como estão com mais de 60 anos, seu prazo de vida está finalizando, o que nos permite a substituição para espécies raras ou frutíferas. Não vamos remover nenhuma grevílea que esteja saudável. O projeto visa a substituição quando vierem a morrer naturalmente”, esclareceu o presidente da Funverde.

As grevíleas do Bosque foram plantadas em 1964 e já ultrapassaram o tempo médio de vida da espécie, que varia entre 40 a 50 anos. A partir dos anos 2000, muitas árvores começaram a morrer, criando clareiras no terreno. Foi quando a Funverde instalou o projeto Ana Domingues para preencher estas áreas vazias.

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Na realidade, o período de dois anos para o “encerramento” do trabalho é uma estimativa, visto que a ONG tem o objetivo de finalizá-lo após o plantio das 3.500 árvores previstas no início do projeto, o que depende da retirada de todas as grevíleas após seu prazo de vida chegar ao fim.

Objetivos futuros e mais bosques em Maringá

Cláudio Jorge também afirmou que a Funverde pretende identificar cada árvore plantada no Bosque Sensorial, através de QR codes que conterão informações como espécie, nome popular e científico, tamanho, fruta que produz, época de frutificação e fotos. A página da ONG na internet seria o depositário de todas as informações. Para isso, o projeto ainda busca apoio para a impressão 3D dos códigos.

Outro objetivo futuro da organização é a ampliação do projeto para a Zona Sul de Maringá. A nova ideia ainda não está encaminhada, estando apenas no início das discussões, mas já possuí suas justificativas.

“Este projeto [Bosque Ana Domingues] foi piloto. Já identificamos algumas melhorias para os próximos. Mas, sim, queremos criar um novo Bosque Sensorial na Zona Sul, já que lá têm poucas áreas de parques e bosques”, afirmou Cláudio Jorge.

Perguntado sobre como o o Bosque Sensorial Ana Domingues já contribuiu para a cidade de Maringá e para a população ao longo destes 15 anos, o presidente da Funverde explicou que “o projeto está implantando uma floresta urbana pública, promovendo a preservação e valorização das áreas verdes urbanas e integrando a população em prol de uma melhor qualidade de vida na cidade de Maringá, por meio da realização do plantio de espécies arbóreas, frutíferas, nativas e exóticas”.

Como ser um voluntário no Bosque Sensorial

Não é necessário nenhum cadastro para ser voluntário da Funverde e auxiliar na manutenção do Bosque. Basta chegar ao local que a organização vai explicar como funciona e quais são as tarefas a serem realizadas. Os voluntários da ONG se reúnem no Bosque todos os sábados, entre às 15h e 17h.

Para mais informações, a Funverde possui canais de contato.

Com informações: GMC Online

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