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Polícia Científica identifica cocaína rosa após apreensão no Paraná

Foram apreendidos 77 pinos do entorpecente 100% sintético

Da Redação

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Polícia Científica realizou teste em suposta cocaína rosa apreendida em Cascavel
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Polícia Científica realizou teste em suposta cocaína rosa apreendida em Cascavel
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.02.2025, 14:39:32 Editado em 28.02.2025, 14:41:03
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Em pouco menos de um mês, a Polícia Científica do Paraná (PCP) concluiu a análise de uma substância análoga a cocaína apreendida em Cascavel, no Oeste do Estado, durante uma operação da Polícia Civil (PCPR). Foram apreendidos 77 pinos de uma droga de cor rosa, o que levantou a suspeita dos policiais de se tratar de “cocaína rosa”.

- LEIA MAIS: O que é a 'cocaína rosa', substância que apareceu em teste toxicológico de Liam Payne

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Segundo a análise da Seção de Química Forense da Polícia Científica, foi constatado que o entorpecente continha MDA e Metanfetamina, duas substâncias da classe das fenetilaminas e que fazem parte da composição da cocaína rosa, que pode levar ainda MDMA, Cetamina, 2C-B, entre outras substâncias.

Apesar de ter cocaína no nome, o entorpecente é 100% sintético e pode conter diversas substâncias misturadas, o que deixa seus efeitos muito mais perigosos. Foi a primeira grande apreensão da droga no Paraná, ocorrida durante uma operação da PCPR no início de fevereiro para prisão de quatro pessoas envolvidas em um homicídio, além de seis mandados de busca e apreensão, todos cumpridos.

“Chegaram para análise alguns pinos contendo um pó de coloração rosa, onde foi identificado duas substâncias químicas: o MDA e a Metanfetamina. Ambos são substâncias estimulantes do sistema nervoso central e são mais comumente encontrados nos comprimidos de ecstasy, mas vieram em mistura para a gente”, explicou a perita criminal da PCP, Isabella Ferreira Melo.

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A cocaína rosa mais comum encontrada na Europa e na América Latina possui uma mistura da substância 2C, que tem efeito tanto estimulante como alucinógeno.

Outras substâncias também podem ser encontradas, como MDA (identificado na apreensão) e MDMA, ambas substâncias estimulantes, mais comumente encontradas nos comprimidos de ecstasy, e cetamina, uma droga depressora utilizada como anestésica.

“Ela tem cor rosa porque é adicionado um corante alimentício, que faz com que isso se torne mais atrativo para os jovens. Além da coloração rosa, é adicionado também sabor de morango ou qualquer outro tipo de fruta, então se torna mais atrativo, tanto no aspecto visual como no gustativo. Isso facilita o consumo, principalmente nas grandes festas”, afirmou o delegado Marcos Fontes, que participou da operação em Cascavel.

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O delegado destacou que, por conter diversas substâncias misturadas e várias composições, os efeitos da cocaína rosa são muito mais prejudiciais. “Os especialistas entendem que utilizar cocaína rosa, que é tudo menos cocaína, equivale a jogar na roleta russa, porque os efeitos dela no organismo são imprevisíveis. Ninguém sabe como isso vai se definir no organismo de cada pessoa”, destacou.

Apesar de existir desde os anos 1970, o entorpecente vem se popularizando agora, principalmente em países da Europa, Estados Unidos e América Latina. Por conter componentes sintéticos e mais caros, a droga não se popularizou no Brasil.

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“Foi a primeira vez que veio para a gente esse tipo de material. Geralmente, essas substâncias são identificadas em comprimidos de ecstasy ou na forma de cristal, puras, mas nessa mistura de pó de coloração rosa no eppendorf [pino] foi a primeira vez”, complementou Isabella. “Não é comum no Estado a identificação de metanfetamina.”

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EQUIPAMENTOS

Equipamentos que foram adquiridos recentemente na PCP estão ajudando na análise dessa e de outras substâncias que chegam até o laboratório.

Na seção de química, em 2024 foi adquirido um Espectrômetro Portátil de Fluorescência de Raios X (XRF), que permite a determinação de composição química de amostras coletadas pelos peritos, e um purificador de água de alta performance, que produz água utilizada para o preparo de amostras e soluções em dois graus de pureza, garantindo a precisão dos experimentos e a confiabilidade dos resultados.

Além disso, o laboratório recebeu, em 2023, dois novos equipamentos de cromatografia gasosa acoplados à espectrometria de massas (CG-MS). Eles permitem a separação e identificação de compostos desconhecidos em uma mistura e determinam substâncias químicas relacionadas a crimes ocorridos em todo o território paranaense.

Segundo o diretor operacional da PCP, Ciro Pimenta, a constante modernização e os investimentos do parque analíticos dos laboratórios colaboram para a rápida identificação das substâncias. “Os novos equipamentos trazem a ampliação do portfólio de exames e análises periciais, possibilitando uma resposta mais precisa aos procedimentos criminais e, consequentemente, uma maior assertividade do sistema de justiça na análise dos casos”, ressaltou.

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