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Paraná: uma estrada de ferro do passado para o futuro

Uma medida desse porte ignora, sem qualquer pudor, o olhar estratégico do modal para o desenvolvimento um econômico e social

Da Redação

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Linha férrea Londrina e Cornélio Procópio, com acesso ao Estado de São Paulo, até Ourinhos, foi desativada.
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Linha férrea Londrina e Cornélio Procópio, com acesso ao Estado de São Paulo, até Ourinhos, foi desativada.
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.01.2024, 08:30:27 Editado em 17.01.2024, 10:49:33
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Beto Preto*

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Li com preocupação na imprensa que a linha férrea de acesso de parte do Norte do Paraná, mais especificamente cortando Londrina e Cornélio Procópio, com acesso ao Estado de São Paulo, até Ourinhos, foi desativada pela empresa concessionária a partir desta terça-feira (16).

A alegação, segundo consta, é baixa demanda comercial. Uma medida desse porte ignora, sem qualquer pudor, o olhar estratégico do modal para o desenvolvimento um econômico e social. Isso sem contar a história de quase meio século do trecho, que inclusive alavancou o Paraná e auxiliou o crescimento nacional.

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Fechar este corredor representa aniquilar a capacidade de expansão comercial por um meio de transporte barato e que capilariza a produção. O escoamento de produtos pela via férrea é fundamental, amplia a atração de investimentos no Estado, barateia aquilo que serve a nossa população, sejam commodities, matéria-prima, derivados, etc.

Ademais, quando flagrantemente percebemos uma estagnação de outras vias, com precariedade das rodovias, maior fluxo de cargas, tempo maior de deslocamento, não há como aceitar que o trem possa “dar prejuízo”.

Hoje, qualquer nação vai assumir um processo de modernização injetando recurso neste segmento para ganhar tempo, ganhar escala, e ganhar valor. Esse movimento da concessionária está, literamente, na contramão da evolução.

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Se há baixa demanda, uma mudança de perfil estratégico de compensação modal pode superar essa questão. Não simplesmente desativar o trecho, mas, sim, recompor e reposicionar outros ativos nesse caminho.

Os municípios da região também alavancaram a sua economia com a implantação do trecho Londrina – São Paulo e deram força para o desenvolvimento macrorregional. Outra questão sensível é a força de trabalho, quando claramente está em jogo a garantia de postos a ser travada para que não haja nenhum impacto social.

Ao mesmo tempo, olhamos o Governo Federal, o Ministério dos Transportes, apostando claramente em novos empreendimentos, que contemplam inclusive as ferrovias, com uma previsão de R$ 1,5 bilhão para a renovação da malha. Acredito que o Congresso Nacional, especialmente a Câmara dos Deputados, as entidades representativas do setor desenvolvimentista e econômico do Paraná, enfim, a sociedade, todos precisam se mobilizar para revermos essa postura.

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Pretendo, enquanto deputado federal, diligenciar informações sobre a situação e vamos tentar reverter essa “miopia estratégica”.

Não se pode ignorar a conjuntura da medida, o potencial regional e os benefícios que serão esvaziados do Paraná e do Brasil.

*Deputado Federal (licenciado), secretário de Estado da Saúde, ex-prefeito de Apucarana

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