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Mulher é xingada e agredida por motorista de aplicativo

Parte do que ocorreu foi registrado pelo celular da vítima, a professora Dayane Padilha

Da Redação

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Mulher é xingada e agredida por motorista de aplicativo
Icone Camera Foto por Reprodução
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.04.2022, 16:59:36 Editado em 23.04.2022, 16:59:35
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Uma mulher de 33 anos foi xingada e agredida por motorista de aplicativo durante uma corrida na região de Curitiba. O caso foi por volta das 18h da quarta-feira (20), em Piraquara. Parte do que ocorreu foi registrado pelo celular da vítima, a professora Dayane Padilha. Assista ao vídeo no final da reportagem.

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Naquela tarde, ela chamou o carro para levar mantimentos para uma ação social em um território indígena da região metropolitana de Curitiba.

Dayane conversou, neste sábado (23), por telefone, com a reportagem Banda B. Ainda abalada com a situação, ela revelou que teve medo de divulgar o caso, especialmente após, segundo ela, ser ameaçada pelo motorista que disse que iria chamar o ‘pai policial’ se ela contasse o fato.

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“Tive medo de contar e mostrar o que aconteceu, mas acabei tomando coragem para falar”, disse.

Segundo ela, a confusão começou porque o GPS não teria indicado o local exato do território indígena e o motorista teria se recusado a seguir a viagem para não estragar o carro.

“Ele já tinha reclamado de a rua ser de estrada e que isso poderia estragar o carro dele, e quando me ouviu conversando para saber exatamente o endereço, já começou a falar que não levaria ninguém para aldeia indígena e começou a reclamar também porque aquela era a rua do presídio”, contou Dayane.

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A rua que ela se refere é a Isídio Alves Ribeiro, onde ficam a Casa de Custódia e a Penitenciária Estadual de Piraquara II. O endereço também abriga a Floresta Estadual Metropolitana

Segundo ela, após a recusa, ele propôs que ela pagasse R$ 15 a mais pela corrida para deixá-la, finalmente, no endereço correto. Dayane, no entanto, recusou e o motorista, teria sugerido deixá-la no destino inicial da corrida. Ela concordou.

Na volta, no banco traseiro, ela entrou em contato com o atendimento do aplicativo 99, responsável pela corrida, para fazer uma reclamação.

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“Aí ele começou a me xingar de pé de barro (termo pejorativo para se referir a indígenas), e também de índia piranha”. Então foi aí que liguei o celular e falei para ele repetir tudo”, lembra.

O vídeo gravado pela professora mostra o momento em que o motorista joga a mão em direção a ela. Logo depois, o carro é parado e a vítima retirada, aos gritos, de dentro do carro. Antes de jogar Dayane para fora do veículo, o rapaz se joga por cima dela para retirar o cinto de segurança.

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No local onde foi deixada, ela conseguiu carona com uma equipe de jornal local que fazia reportagens no Centro de Piraquara.

No mesmo dia, Dayane seguiu até à Delegacia da Mulher de Curitiba para registrar os acontecimentos, mas foi orientada a buscar a Polícia Civil da cidade onde os fatos ocorreram por não se tratar de condutas enquadráveis na Lei Maria da Penha – lei que abrange fatos de violência doméstica.

Em Piraquara, conseguiu formalizar a denúncia nesta sexta-feira (22), depois de duas tentativas anteriores, devido ao esquema de plantão de feriado. O Boletim de Ocorrência consta como caso de lesão corporal.

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O que diz o aplicativo

Em nota enviada à Banda B, a 99 lamentou profundamente o ocorrido com a passageira Dayane Padilha. Assim que tomamos conhecimento, bloqueamos o perfil do motorista permanentemente e mobilizamos uma equipe para oferecer acolhimento à Dayane. A plataforma está disponível para colaborar com as investigações das autoridades locais. Esclarecemos que temos uma política de tolerância zero em relação a qualquer tipo de discriminação e violência e repudiamos veementemente o caso. O respeito mútuo é a base de tudo e é obrigatório para utilização do app.

A nota ainda informa que na Comunidade 99 há espaço para as diferenças de raças, gênero, religião, orientação sexual, identidade de gênero, idade, classe social, local de moradia, entre outras. Todos os usuários, sejam eles motoristas ou passageiros, devem se tratar com educação, boa-fé e profissionalismo, independente de sua religião, credo ou raça. Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações.

Vídeo gravado pela passageira

Com informações: Banda B

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