O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, elogiou nesta quinta-feira (23) a estratégia do Governo de Estado de adiantar a construção de três hospitais regionais (Guarapuava, Telêmaco Borba e Ivaiporã) e ativar estruturas novas nos hospitais universitários de Londrina (nova maternidade), Cascavel (ala de queimados), Ponta Grossa e Maringá (clínica para adultos) para atendimento emergencial contra a Covid-19.
“Utilizar estruturas prontas para fazer o combate à Covid-19 é a melhor solução”, disse Pazuello. “O Paraná tinha essa possibilidade de ampliação, isso ficará como legado para a sociedade. O Estado tem uma estrutura hospitalar muito consolidada”, afirmou.
No encontro com o governador, o ministro confirmou a renovação imediata da habilitação (procedimento pelo qual a União passa a custear algumas despesas dessas estruturas) de 438 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 35 leitos de UTI pediátrica no Paraná, além da habilitação de 303 novos leitos de UTI nos próximos meses.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior explicou ao ministro que o Paraná vinha adotando uma estratégia regionalizada no atendimento em saúde e potencializou essa rede para atender a sociedade durante a pandemia. O Paraná alcançou nesta quarta-feira 1.017 leitos de UTI para adultos exclusivos para tratamento da doença.
“Fizemos uma opção por não utilizar hospitais de campanha e investir em estruturas capazes de fazer um atendimento regionalizado emergencial nesse momento, mas com capacidade para deixar esse legado nos municípios”, explicou o governador. “Com isso, aproximamos o atendimento das pessoas e reforçamos os hospitais públicos, universitários, privados e filantrópicos que fazem parte da rede estadual”.
A estrutura atual representa aumento de 76,5% em relação ao estoque de UTIs de antes da pandemia, que era de 1.329 leitos. As UTIs foram montadas em apenas 130 dias e estão distribuídos em 54 unidades médicas de 33 municípios. Também foram implementados 1.557 leitos de enfermaria, 49 UTIs pediátricas e 70 enfermarias para crianças em todas as regiões do Estado.
LEGADO - “Haverá um legado ao povo paranaense. O exemplo de não abrir hospital de campanha e reforçar as estruturas estaduais deveria ser seguido por todos”, acrescentou o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, que também participou do encontro.
“A melhor estratégia é utilizar os equipamentos que os municípios têm, não fazer hospital de campanha. A epidemia deixará legados físicos e de treinamento das equipes”, acrescentou o deputado federal Luís Antônio Teixeira, presidente da Comissão Externa do Coronavírus da Câmara dos Deputados.
ELOGIOS – O ministro Eduardo Pazuello também elogiou a estratégia de testagem do Paraná. O Estado ampliou ainda no começo da pandemia o número de testes do tipo gold (RT-PCR) no Laboratório Central do Estado (Lacen) de 200 para 600 por dia, e, em maio, inaugurou uma unidade de testagem em colaboração com o Instituto Paranaense de Biologia Molecular (IBMP) dentro do câmpus CIC do Tepcar (Instituto de Tecnologia do Paraná), com capacidade para mais cinco mil testes por dia.
O Paraná é o segundo Estado em testagem em números absolutos no País, atrás apenas de São Paulo, segundo o Ministério da Saúde. “O Paraná está testando com estratégia, o Estado está na frente. Isso significa identificar grupos e agir em cima deles, não adianta testar por testar. O objetivo é identificar no começo da transmissão para evitar evolução mais gravosa da doença, além de possibilitar ação imediata do Poder Público”, disse o ministro.
Ele também disse que o Paraná tem feito a lição de casa em relação a compra de equipamento e transparência nos gastos.
Segundo a entidade Open Knowledge, que mede o índice de transparência dos estados na luta contra a Covid-19, o Paraná tem nota 83, classificada como de alta. Nenhuma unidade da federação conseguiu atingir os 100 pontos. O Estado aparece desde o começo da pandemia entre os líderes.
A Secretaria de Estado da Saúde também conseguiu comprar respiradores por preços abaixo do mercado. O custo médio foi de R$ 65 mil, mas alguns custaram R$ 40 mil, enquanto em outros estados os valores alcançaram R$ 226 mil.
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