A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagraram nesta quinta-feira (8) uma megaoperação que prendeu 12 pessoas que fazem parte de uma organização criminosa responsável por furtos, roubos e receptação de cargas no Paraná. Das doze pessoas presas, a operação conseguiu prender o líder e seu braço direito.
Conforme as autoridades, além das prisões, três caminhões foram sequestrados, uma moto foi apreendida e três armas de fogo e munições também foram apreendidos.
Popularmente conhecido como “vazada”, o crime era realizado mediante o arrombamento dos compartimentos de carga de caminhões, em movimento ou mesmo parados. As cargas geralmente eram de soja ou fertilizantes. Durante os crimes, os autores rompiam os lacres que travavam o compartimento dos caminhões e derramavam a carga na rodovia, posteriormente, outros integrantes recolhiam a carga do chão.
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Com um levantamento feito pelo setor de inteligência da PRF, que levou cerca de seis meses, os policiais apuraram que a modalidade criminosa geralmente acontecia na região litorânea do Estado, causando prejuízo financeiro às empresas e ao fluxo viário de caminhões com destino ao Porto de Paranaguá, uma vez que o trânsito era interrompido para a limpeza da pista.
Com base em investigações de alta complexidade, foi identificado que o grupo criminoso se utilizava de uma Organização Não Governamental (ONG) para tentar legitimar a origem das cargas saqueadas.
A referida ONG, que trata de indivíduos com dependência química, era acionada para recolher as cargas despejadas no solo, porém referidas cargas eram, na sequência, entregues aos integrantes do grupo criminoso. Foram identificados diversos repasses de valores provenientes do líder do grupo criminoso para a ONG, como contrapartida pelas cargas recolhidas.
As investigações apontaram que a organização não era responsável apenas pelo recolhimento, mas era utilizada pelos criminosos para mascarar a origem ilícita das cargas, que, em seguida, eram vendidas pela organização criminosa sem a devida emissão de nota fiscal ou a partir de notas fiscais fraudulentas. Também foi constatado que a ONG não emitia notas fiscais referentes às cargas recolhidas, entregues ao grupo criminoso, que, como contraprestação financeira, realizava doações simuladas à organização.
A organização criminosa será investigada pelos crimes de furto qualificado, receptação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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