O júri popular do Caso Eduarda Shigematsu que deveria acontecer nesta quarta-feira (29), em Rolândia, foi novamente adiado. O julgamento de Ricardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó que são acusados de participarem da morte da menina de 11 anos, já havia sido adiado outras duas vezes.
O primeiro adiamento aconteceu por pedido da justiça, porque uma testemunha importante não teria sido convocada; já o segundo, marcado para o final de 2022, foi por pedido da própria defesa, que solicitou novos exames e reconstituição do crime.
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O júri que aconteceria nesta quarta-feira (29) foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na noite desta terça-feira (28), após o acusado pedir Habeas Corpus. De acordo com os advogados do acusado, o julgamento não poderia ser realizado em Rolândia por conta da repercussão do caso. O réu teria recebido ameaças de morte de moradores nas redes sociais.
Não há previsão de quando o júri popular será remarcado.
"Meu chão caiu"
Jéssica Pires de Souza, mãe da menina Eduarda Shigematsu, concedeu uma entrevista para a RICtv e desabafou sobre mais um adiamento do júri. Após uma espera de 4 anos para que o pai e a avó paterna da jovem sejam julgados, a mãe relata um "sentimento de revolta".
"A hora que eu estava chegando aqui, eu recebi a mensagem e meu chão caiu, aí a gente já parou o carro no acostamento. É muita falta de respeito", desabafou Jéssica, aos prantos. O advogado afirma que o adiamento do júri popular é uma "estratégia da defesa" dos acusados.
"O sentimento é de revolta, pois a justiça não está sendo feita. Só quero que a justiça seja feita pela Eduarda, pela minha família, pois essa dor não diminui", afirmou a mãe. O assassinato aconteceu em 2019 e, até o momento, nenhum dos acusado foi levado a júri.
O caso
Eduarda Shigematsu morava com o pai, Ricardo Seidi, e a avó, Terezinha de Jesus Guinaia, em Rolândia, no Norte do Paraná, desde os 3 anos de idade. A menina de 11 anos foi vista viva pela última vez no dia 24 de abril de 2019.
Câmeras de segurança flagraram a estudante entrando na casa da família, após chegar da escola. A menina foi dada como desaparecida pela avó. No entanto, quatro dias depois o corpo da criança foi encontrado pelo polícia enterrado no quintal da residência.
Pai e avó afirmaram que a menina teria se matado, mas os laudos médicos apontavam sinais de enforcamento. Ricardo Seidi foi preso e chegou a confessar que escondeu o corpo, mas negou o assassinato.
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