Nesta quinta-feira (17), a 1.ª Câmara Criminal do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná) julgou improcedente as apelações da defesa de Luis Felipe Manvailer , que foi condenado pela morte de Tatiane Spitzner, em 2018. O recurso tentava anular a decisão do júri em maio do ano passado.
Depois de quase três horas de sessão, os três desembargadores — Paulo Pacheco, Adalberto Xisto Pereira e Telmo Cherem — negaram o pedido da anulação do julgamento e a diminuição da pena. Manvailer foi condenado a 31 anos e 9 meses e 18 dias de prisão por feminicídio, com qualificadoras de motivo fútil, emprego de asfixia e meio cruel, além de fraude processual.
No decorrer de seu voto, o desembargador Paulo Pacheco afirmou que o juiz Adriano Scussiato Eyng, que conduziu o julgamento em 2021, não tinha competência para somar as sentenças, por isso, determinou a separação das penas. Pelo crime de homicídio qualificado, Luis Felipe Manvailer deve cumprir 30 anos em reclusão, já pelo crime de fraude processual, ele pode cumprir um ano, 9 meses e 18 dias em regime semi-aberto.
O caso:
A advogada Tatiane Spitzner foi encontrada morta no dia 22 de julho de 2018 após cair do 4° andar, no apartamento do prédio onde morava com o marido, Luis Felipe Manvailer, no centro de Guarapuava. Na época, a polícia foi chamada por vizinhos porque “uma mulher teria saltado ou sido jogada”.
Chegando no local, os agentes encontraram sangue do lado de fora do prédio. Imediatamente, subiram até o apartamento onde o casal morava e encontraram a advogada já sem vida. Porém, seu marido não estava na residência.
Manvailer foi preso horas depois na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, na região oeste do Paraná, depois de se envolver em um acidente. Na época, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que o homem estava desnorteado.
Segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Guarapuava, Tatiane Spirtzner morreu por asfixia mecânica após esganadura. Já outros dois laudos da Polícia Científica apontaram que não houve impulso antes da queda da advogada e existia ranhuras semelhantes ao esmalte vermelho que a vítima usava na borda da sacada do apartamento.
Parentes próximos de Tatiane Spitzner afirmaram que ela queria o divórcio de Luis Felipe Manvailer. O pai dela, Jorge Spitzner, relatou que presenciou atitudes agressivas do biólogo com a advogada. O MPPR (Ministério Público do Paraná) aponta que o casal tinha um relacionamento abusivo.
Imagens de câmera de segurança do prédio em Guarapuava foram solicitadas para a investigação e revelaram que o acusado desferiu golpes contra a própria mulher ainda no carro, antes de entrarem no condomínio.
Com informações: Paraná Portal
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