O Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), instituído e apoiado pela margem brasileira da usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), tem se valido de alta tecnologia para amenizar o desconforto e ajudar na recuperação de pacientes com insuficiência respiratória aguda causada pelas complicações da covid-19.
A instituição dispõe de três novos tipos de aliados – todos não invasivos – para o tratamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), um dos agravamentos em pessoas acometidas pela doença. São eles o tomógrafo de impedância elétrica, a terapia nasal de alto fluxo e uma nova interface de ventilação não invasiva (VNI), conhecida como capacete Helmet.
Alta tecnologia
Recém-adquirido pelo hospital, o tomógrafo por impedância elétrica é considerado o que há de mais moderno na área. Ele permite que as equipes avaliem ininterruptamente a condição do pulmão com insuficiência respiratória. Isso é feito de forma não invasiva, à beira-leito, por meio de eletrodos instalados na parede torácica do paciente.
O tomógrafo mostra as áreas de ventilação, em tempo real, e também garante que seja analisado um importante parâmetro ventilatório – a possibilidade de titulação da pressão positiva expiratória final (PEEP). O equipamento tem, ainda, o poder de mensurar como está a condição vascular dos pulmões (perfusão). “Com o uso deste aparelho, é possível otimizar a ventilação mecânica para diminuir o tempo de dependência dela e, consequentemente, reduzir os riscos ao paciente”, enfatizou a gerente da Divisão de Fisioterapia do Costa Cavalcanti, Cintia Teixeira Rossato.
Outra inovação importante é a terapia nasal de alto fluxo, recurso que reúne oxigenoterapia, aquecimento e umidificação das vias aéreas. O equipamento, de uso não invasivo, busca melhorar a oxigenação e diminuir o dióxido de carbono, evitando a piora respiratória.
“Com a sua utilização, conseguimos liberar o uso de ventiladores para os pacientes mais graves. É mais uma possibilidade de melhorar o tratamento hoje oferecido aos nossos pacientes”, disse a fisioterapeuta.
O terceiro dispositivo que tem auxiliado na recuperação dos pacientes com covid-19 é o capacete Helmet, mais uma interface para o uso da ventilação não invasiva.
A estrutura, em formato cilíndrico, envolve a cabeça do paciente por completo. Ela é selada com um colar macio e hermético em torno do pescoço. O capacete é acoplado ao ventilador mecânico e auxilia na melhora da oxigenação e do desconforto respiratório.
“O uso do Helmet, além de trazer benefícios para o paciente, como a melhora da adaptação e mais conforto do que as máscaras convencionais, oferece maior segurança para os profissionais. Ele evita a exposição de aerossóis, já que não permite vazamentos”, explicou Cintia.
O HMCC também tem utilizado a transfusão de plasma hiperimune para tratar pessoas em estado avançado da doença, opção que dá um reforço ao sistema imunológico do doente.
O plasma, a parte líquida do sangue coletada dos pacientes que se recuperaram da infecção causada pelo novo coronavírus e não apresentaram sintomas após 45 dias, tem sido usado em pacientes em casos graves, com bons resultados, incluindo alta.
Reforço na estrutura e no quadro de pessoal
A UTI da ala respiratória (covid-19) do HMCC conta hoje com 30 leitos, além de dois na terapia semi-intensiva e outros 20 na enfermaria (Unidade de Transição). Os pacientes internados passam, em média, de sete a 21 dias na UTI. Desde o início das internações, foram 133 altas.
Um investimento importante foi o reforço do quadro de fisioterapia. Desde o início da pandemia, o número de fisioterapeutas, profissionais essenciais para o tratamento de casos graves da covid-19, aumentou 133%. Passou de 15 para 35 profissionais.
Na ala Covid-19, a fisioterapia tem funcionado 24 horas, “uma conquista e reconhecimento ao trabalho destes profissionais, que estão na linha de frente no enfrentamento da doença”, avaliou a direção do hospital.
Para o diretor-assistencial do HMCC, Sandro Scarpetta, o serviço de fisioterapia é de suma importância para a recuperação do paciente acometido pela covid-19. “Para enfrentarmos este momento, temos investido em equipamentos, estrutura e, principalmente, nos profissionais de fisioterapia, por meio de treinamentos e atualizações”, afirmou.
A Itaipu e o HMCC
Uma das mais importantes unidades hospitalares do Sul do Brasil, o HMCC atende pacientes particulares e também do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para os casos da covid-19, a Itaipu repassou recursos para a criação de uma ala exclusiva de UTI: R$ 15 milhões foram destinados à instalação desta estrutura. Em situações de comorbidades nas quais o hospital é referência, o tratamento é de graça para a população. A medida atende diretriz do governo federal.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, reforçou o quanto o HMCC está na vanguarda na área de saúde e, em especial, no tratamento às vítimas do novo coronavírus. “Nossos investimentos no hospital se traduzem em cuidados especiais no atendimento de nossa gente, sempre com carinho, respeito e muita responsabilidade", afirmou.
No total, a empresa realocou recursos na ordem de R$ 24 milhões contra a covid-19. Parte da verba também foi direcionada para a compra de insumos e medicamentos das regionais de saúde nos municípios localizados na área de abrangência da usina, no Oeste do Paraná. A empresa ainda reservou R$ 5,5 milhões a entidades assistenciais da região, que atuam diretamente no auxílio à população mais carente.
Para o diretor-superintendente do HMCC, Fernando Cossa, graças à verba destinada pela Itaipu, o Costa Cavalcanti teve condições de estruturar uma ala com os melhores equipamentos disponíveis. "Sempre atentos às mais recentes novidades, fomos sempre conseguindo os melhores insumos e medicamentos para oferecer aos nossos pacientes."
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