Diretores de todos os hospitais de Londrina se reuniram nesta sexta-feira (26), para informar que as unidades de saúde da região Norte do Paraná, em especial de Londrina, entraram em colapso no sistema. A reunião aconteceu no Anfiteatro Cyro Grossi, na Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O reitor da UEL, Sergio Carvalho, explicou que os profissionais de saúde do Hospital Universitário (HU) estão trabalhando sobrecarregados, e ressaltou a importância de que a comunidade londrinense cumpra as medidas de prevenção contra a disseminação do novo coronavírus.
Já o secretário de saúde, Felippe Machado, reforçou o pedido de ajuda à população e salientou a importância de ampliar a vacinação neste momento, que é considerado o pior desde o início da pandemia.
Todos os diretores dos hospitais foram unanimes ao dizer que não há mais como expandir a estrutura, por falta de equipamentos e, principalmente, mão de obra especializada. “Não há profissionais no mercado”, disse a superintendente do HU, Vivian Feijó. “Alguns profissionais contratados, chegam atuam um dia, veem o cenário caótico e não voltam mais. Outros estão completamente desgastados, por estarem trabalhando neste cenário desde o início da pandemia”, contou a diretora.
Eles também reforçaram a atual falta de medicamentos para intubação de pacientes. De acordo com o secretário de saúde, esses medicamentos foram requisitados pelo Ministério da Saúde, dessa forma, o município aguarda a distribuição emergencial por parte do governo.
Participaram da reunião os representantes dos hospitais de Londrina, das Secretarias de Saúde, da 17ª Regional de Saúde, do Ministério Público, da Universidade Estadual de Londrina e também da Prefeitura de Londrina. Outras entidades também estiveram presentes.
Os diretores das unidades de saúde também clamaram por medidas mais restritivas e reforço na fiscalização das regras por parte do poder público. Eles divulgaram uma carta fazendo um apelo à população de Londrina e região.
Leia a nota abaixo:
COVID-19 – ALERTA À POPULAÇÃO DE LONDRINA E REGIÃO
NOTA CONJUNTA – ENTIDADES DE SAÚDE DE LONDRINA – 26/03/2021
Considerando a situação atual da Pandemia da COVID-19 no Paraná, com números alarmantes de novos casos na cidade de Londrina, o que repercute no aumento da procura por atendimento médico, necessidade de internação e consequente superlotação dos hospitais públicos e privados;
O Sistema de Saúde de Londrina está em sua capacidade máxima de prestação de atendimento, tanto no que se refere à infraestrutura física de leitos, quanto em relação à disponibilidade de materiais, equipamentos e recursos humanos especializados.
No que se refere aos materiais médico hospitalares, constatamos a escassez de produtos essenciais no mercado, em especial medicamentos anestésicos. O aumento expressivo no número de pacientes com a COVID-19, que necessitam de ventilação pulmonar mecânica, acarretou o aumento no consumo dessas drogas anestésicas (bloqueadores neuromusculares e sedativos) e, a reposição dos estoques das instituições públicas e privadas de saúde se encontra prejudicada em razão da insuficiência produtiva dos fabricantes frente à demanda crescente em todo território nacional.
Alertamos a população para a redução acelerada dos estoques desses medicamentos e outros itens imprescindíveis em todas as instituições de saúde de Londrina. Tal fato poderá comprometer, além do atendimento à COVID-19, a realização de procedimentos cirúrgicos e trazer prejuízos aos atendimentos da Rede de Urgência e Emergência, como os casos de trauma, de infarto, de AVC, dentre outros.
Quanto à disponibilização de profissionais especializados, a sobrecarga de trabalho tem resultado na exaustão física e emocional das equipes de saúde. Os profissionais submetem-se a extensas jornadas de trabalho, os gestores das instituições de saúde enfrentam o aumento progressivo dos afastamentos, além da dificuldade de contratação decorrente da ausência destes profissionais no mercado de trabalho.
Diante do iminente colapso do sistema de saúde e frente ao ritmo lento da vacinação no território nacional, reiteramos a necessidade da intensificação das medidas de orientação educativa, bem como dos esforços de todos no cumprimento das medidas sanitárias para evitar a disseminação da doença.
Na data de 23 de março de 2021 o Brasil registrou, pela primeira vez, mais de 3 mil óbitos pela COVID-19, portanto medidas emergenciais e mais rígidas precisam ser adotadas pelas autoridades para conter o avanço da doença.
O quadro atual ainda poderá deteriorar-se ainda mais, se não houver esforços efetivos de toda a sociedade. O momento exige o comprometimento de todos e somente a partir da união entre as autoridades sanitárias e técnicas, bem como da população, poderemos fortalecer as ações de combate à COVID-19, possibilitando aos Hospitais a prestação de assistência à saúde com segurança.
As entidades e hospitais abaixo fazem um apelo à população para que evitem aglomerações, mantenham o distanciamento social, usem máscaras e higienizem frequentemente suas mãos.
*Adotar medidas que visem conter a transmissão do Coronavírus é um dever de todos!
Faça a sua parte para que os Hospitais continuem atendendo e salvando vidas.
Sinheslor – Sindicato dos Hospitais de Londrina e Região
17ª Regional de Saúde
Associação Médica de Londrina
Prefeitura Municipal de Londrina
Unimed Londrina
Hoftalon de Londrina
Hospital do Câncer de Londrina
Hospital Evangélico de Londrina
Hospital Infantil Sagrada Família
Hospital Mater Dei
Santa Casa de Londrina
Hospital Universitário do Norte do Paraná
Hospital Zona Norte de Londrina
Hospital Zona Sul de Londrina
Com informações: Tem Londrina
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