O deputado estadual Guto Silva, que foi o chefe da Casa Civil do Governo do Estado nos últimos três anos, vem percorrendo o interior, agora como pré-candidato ao Senado da República. Para ele, o maior desafio do Paraná, nesse contexto, é deixar de ser acanhado para fora das suas divisas, e aumentar a voz para assegurar mais investimentos federais. Para ele, historicamente, o estado recebe menos retorno do que o tanto que o Paraná produz para o país.
Guto Silva esteve nesta quarta-feira em Arapongas, nesta quinta-feira (09) foi a Maringá para encontros com lideranças de vários setores da sociedade. Antes, passou por Apucarana, onde fez uma visita à Tribuna para falar de sua pré-candidatura. “Tenho conversado com representantes de vários segmentos da sociedade, desde o setor produtivo até os movimentos sociais e ongs. Isso nos permite alinhar a pauta à realidade de nossa gente”, diz. O trabalho na casa civil, garante, permitiu nesses três anos uma leitura refinada do estado, “de conhecer bem as diferentes realidades que encontramos dentro do estado”, afirma.
Segundo ele, politicamente falando, o Paraná precisa deixar de ser acanhado em sua cultura de representação política fora das divisas. “Nós somos a quarta economia do país, atrás apenas de São Paulo, Rio e Minas, com populações maiores que as nossas”, lembra, destacando que, historicamente, no entanto, o estado recebe menos investimentos que outros estados que produzem menos que o Paraná.
“Nosso agro é um orgulho, nossa indústria é competitiva. Nossos comércio e serviços são o grande empregador. Há um espírito de produção, de trabalho intenso. Mas não vejo esse espírito no Senado. Fica distante da realidade de nossa gente, do setor privado, que tem pressa. Isso é o que me motiva. Levar esse nosso sentimento, esse nosso DNA paranista para o Senado”, resume.
Para Guto Silva, é preciso romper a “tradição ruim de ser tímido” na esfera federal. “Temos que mudar essa realidade”, levando para o mundo político representativo essa “dinâmica forte do estado”, como forma de assegurar mais investimentos federais como compensação justa ao estado.
Para o deputado, não faz sentido que o Paraná obtenha menos volume de investimentos federais quando comparados a outros estados, como Rio Grande do Sul, por exemplo. “Precisamos levantar nossa voz, nos posicionarmos com mais força, com a força de nossa produção, de nossa contribuição ao pais. Somos indutores da economia. O Paraná é uma das maiores locomotivas do país. Veja, nosso agro dobra de tamanho a cada 10 anos. Precisamos ser compensados”, afirma Guto Silva.
Para ele, o Paraná precisa ser mais pragmático nas ações para melhorar a vida dos paranaenses. “Minha agenda é bairrista mesmo, é paranista. Cansei de ouvir grandes debates e grandes discursos que, na prática, não trazem melhorias para a gente de nosso estado”.
Exemplo disso, mostra Guto Silva, é o projeto federal de mudança do ICMS sobre os combustíveis. “Da forma como está, o modelo beneficia estados menos produtivos que o nosso. Isso exige uma análise mais crítica. Paraná não pode ser penalizado de novo, de ter que carregar esse fardo. Tem que olhar pro cidadão, que vive a inflação e os preços muito altos dos combustíveis. Mas nesse modelo proposto, Paraná será penalizado de novo. E isso não pode”, diz.
Guto Silva afirma que pelo projeto federal sobre o tema, o Paraná teria um prejuízo anual na casa de R$ 8 bilhões, com a redução do ICMS sobre combustíveis. E a compensação seria de apenas R$ 200 milhões. “É claro que tem que reduzir preços dos combustíveis, porque está difícil sobreviver. Tem que achar outra forma. É pauta do Senado. Tem que rediscutir isso com muito zelo porque o Paraná não pode pagar mais por essa conta, que já pagamos”, finaliza. ASSISTA:
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