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Emergência fitossanitária segue no Paraná para combate ao Greening

Não há cura conhecida para a doença do greening. A erradicação das plantas contaminadas e boas práticas de controle são as medidas mais efetivas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.01.2024, 11:12:00 Editado em 31.01.2024, 11:12:04
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O Paraná continua em situação de emergência fitossanitária para combater o Greening, principal praga que afeta os citros no mundo. O Decreto 4502 , com esse teor, foi publicado no final de dezembro 2023 e segue com validade por 180 dias, devendo as ações serem implementadas e executadas neste período. O objetivo é trazer maior agilidade e efetividade para o controle da doença e de seu vetor, o psilídeo Diaphorina citri Kuwayama, possibilitando, inclusive, a adoção de medidas administrativas excepcionais.

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“Os agricultores fazem atividade a céu aberto e estão sujeitos a várias interferências naturais, que podem ser climáticas ou doenças e pragas”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O decreto de emergência fitossanitária é um instrumento drástico, mas nos dá possibilidade de tomar as medidas necessárias de forma mais efetiva na tentativa de controlar o problema, pois a citricultura é uma atividade muito importante para o Estado”.

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A erradicação de plantas doentes, o tratamento do toco para evitar brotações, seguida de plantio de mudas sadias provenientes de viveiros registrados e o controle eficiente do inseto com produtos biológicos e químicos são algumas das boas práticas. Desde a detecção de aumento anormal da doença, o Estado juntou forças para ações de prevenção e controle do greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing) ou amarelinho.

Em julho de 2023 foi organizada a Câmara Técnica do HLB/Greening no Paraná, reunindo Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto do Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), cooperativas, prefeituras municipais, responsáveis técnicos e representantes do setor produtivo, para o alinhamento de estratégias e elaboração de uma Plano de Ação conjunto para enfrentamento da praga.

As metas do Plano de Ação incluem atividades na área da comunicação, para que as informações sobre o combate à doença sejam disseminadas no campo; proibição do comércio irregular de mudas cítricas, que são vias de disseminação de pragas e fomentam a implantação de pomares sem acompanhamento técnico adequado; o controle do inseto vetor Diaphorina citri; o levantamento da incidência de HLB; e a eliminação de plantas doentes.

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“O Decreto de declaração de situação de emergência fitossanitária possibilita também uma maior efetividade na execução das ações previstas no plano” afirma Juliano Galhardo, coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal.

SEM CURA – Ainda não há cura conhecida para a doença do greening. A erradicação das plantas contaminadas e boas práticas de controle do psilídeo são as medidas mais efetivas de controle da doença. Em vários municípios das regiões afetadas, as prefeituras e o setor produtivo entraram com determinação no processo e organizaram forças-tarefa para erradicar plantas hospedeiras contaminadas em propriedades rurais e urbanas, pois o inseto vetor que se multiplica nesses locais pode voar por vários quilômetros e recontaminar os pomares comerciais. Ao mesmo tempo, esforços de fiscalização são realizados para banir a venda de mudas clandestinas, cuja venda é proibida no Paraná.

DOENÇA – O HLB ou greening dos citros é uma praga importante devido à severidade, rápida disseminação e dificuldades de controle. A bactéria

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Candidatus Liberibacter spp é o agente causal do HLB. A doença afeta plantas de praticamente todas as espécies cítricas, além da murta (Murraya paniculata), Fortunella spp. e Poncirus spp., e é transmitida pelo psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri Kuwayama.

O greening afeta seriamente as plantas cítricas provocando queda prematura dos frutos, que resulta em redução da produção e pode levar à morte precoce. Além disso, os frutos ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o seu sabor, diminuindo a qualidade e o valor comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

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BOAS PRÁTICAS – Uma das práticas para evitar a doença é o plantio de mudas sadias, de qualidade e oriundas de viveiros registrados. No Paraná o comércio de plantas por venda ambulante é proibido. O controle do psilídeo também pode ser feito com a Tamarixia radiata, uma vespa parasitóide criada em laboratório, incluindo o do IDR-Paraná.

No campo as Tamarixia buscam os ninhos da Diaphorina citri para se reproduzir.

Depositam seus ovos embaixo das ninfas (forma jovem), que servirão de alimento para as larvas. Cada vespinha pode eliminar até 500 psilídeos. Com isso promovem a redução no número dos vetores e da incidência da doença. O uso desse componente biológico, que é uma alternativa complementar de combate ao greening, também implica em menor aplicação de inseticida.

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A boa adubação, irrigação de qualidade e cobertura vegetal também são boas aliadas para o desenvolvimento rápido da planta, reduzindo a exposição ao inseto, visto que a transmissão é mais comum em brotos que em folhas adultas. O monitoramento e controle do inseto vetor deve ser realizado de acordo com recomendações técnicas, instalando-se armadilhas amarelas e contagem a cada sete dias.

As pulverizações em intervalos que respeitam as orientações agronômicas são importantes, prevendo-se uso de inseticidas químicos e biológicos com eficiência comprovada. Também é imprescindível a rotação dos grupos químicos dos inseticidas, que devem ser aplicados com todas as técnicas que eliminem possibilidades de deriva.

Com o decreto, a erradicação do HLB pelos Poderes Públicos Estadual e Municipal, em áreas públicas ou particulares, e pelos proprietários de estabelecimentos rurais ou urbanos torna-se obrigatória, inclusive em Áreas de Preservação Permanente ou Reserva Legal, independentemente de prévia autorização ou pagamento de taxa.

VBP – A área ocupada pela citricultura no Paraná é de aproximadamente 29.200 hectares, sendo 20.700 ha de laranjas, 7.000 ha de tangerinas e 1.500 ha de lima ácida tahiti. O Valor Bruto da Produção da citricultura, levantado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab, somou em 2022 R$ 826,8 milhões com produção de 842,4 mil toneladas de frutos.

Destacam-se os municípios de Paranavaí, Alto Paraná, Guairaçá, Nova Esperança e Cruzeiro do Oeste, com produção de laranjas; Altônia, com produção de limas ácidas, e os municípios de Cerro Azul e Doutor Ulisses, com a produção de tangerina ponkan.

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