MAIS LIDAS
VER TODOS

FALTA DE REPRESENTATIVIDADE

Em 76 anos, Tribunal de Contas nunca teve conselheira mulher

Deputada estadual, Luciana Rafagnin apresentou projeto de lei na Assembleia para corrigir esse problema histórico

Da Redação

·
Tribunal de Contas sempre teve apenas conselheiros homens
Icone Camera Foto por Divulgação/TCE
Tribunal de Contas sempre teve apenas conselheiros homens
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.06.2023, 18:07:26 Editado em 20.06.2023, 18:27:48
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) apresentou nesta semana na Assembleia Legislativa do Paraná uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estado do Paraná para determinar que seja respeitado o princípio da paridade de gênero, por meio da alternância, nas 4 indicações que competem ao Poder Legislativo na escolha de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE), entre as 7 cadeiras existentes.

continua após publicidade

A proposta da deputada visa corrigir uma dívida histórica do organismo do poder público paranaense, responsável pela fiscalização das contas públicas, que em 76 anos de existência nunca teve uma mulher ocupando o cargo de conselheira. “Precisamos urgentemente corrigir essa dívida histórica”, diz a deputada Luciana.

-LEIA MAIS: Gabaritos das provas do concurso da Seed PR já estão disponíveis

continua após publicidade

O texto da PEC em questão, que precisa de, no mínimo, 18 assinaturas dos demais parlamentares estaduais para tramitar na Casa de Leis, pretende inserir na Constituição estadual o parágrafo 8º ao artigo 77, com a seguinte redação: “A Assembleia Legislativa observará a alternância de gêneros, respeitando a paridade entre homens e mulheres, para a escolha dos conselheiros que sejam da sua competência”.

A bem da verdade, o Paraná não é o único dos estados brasileiros a refletir esse atraso sociocultural e prática discriminatória na máquina pública. Segundo pesquisa feita pela Associação Nacional dos Tribunais de Contas (ATRICON), junto aos 33 órgãos dessa natureza existentes no país, dos 226 conselheiros em atuação hoje, 200 são homens e apenas 26 (11,8%) são mulheres e há 15 Tribunais de Contas, incluindo o do Paraná, sem qualquer conselheira titular. “É alarmante refletir sobre a presença feminina e em cargos de liderança, de poder e de superioridade hierárquica”, destaca a deputada na justificativa da PEC.

“A paridade de gênero das pessoas indicadas pela Assembleia Legislativa se mostra como uma maneira eficaz de contribuir para a participação efetiva das mulheres nos espaços de poder e de tomada de decisão na sociedade”, conclui Luciana. Ela lembra que, nas últimas eleições (2020), a própria ALEP galgou avanços na participação das mulheres, a partir da eleição do dobro de deputadas para ocupar dez (18,5%) das 54 cadeiras no Parlamento Paranaense. Até a legislatura anterior, esse número não passava de cinco (9,2%) deputadas mulheres eleitas. A Alep deu exemplo de redução das desigualdades recentemente quando criou a Bancada Feminina e instituiu a obrigatoriedade da presença de deputadas mulheres na Mesa Diretora da Casa de Leis.

continua após publicidade

A população feminina no país equivalia a 51,8% dos habitantes e passava de 52,5% do eleitorado, com base na pesquisa do IBGE/PNAD-2019. Já, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), essa parcela de pouco mais da metade da população não se vê refletida na representação política, a julgar pela composição do Congresso Nacional (15%) e das Câmaras Municipais (16%).

Os passos dados nessa caminhada de avanços à participação das mulheres dialogam diretamente com dois dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): o ODS 5 (em perseguição à meta 5.5) – da garantia da participação plena e efetiva das mulheres e igualdades de oportunidades para liderança – e o ODS 8 (meta 8.5) – que visa alcançar, até 2030, o emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor.

GoogleNews

Siga o TNOnline no Google News

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Paraná

    Deixe seu comentário sobre: "Em 76 anos, Tribunal de Contas nunca teve conselheira mulher"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!