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Deficiente visual faz prova de proficiência em língua estrangeira

Graduada em licenciatura em Pedagogia no início de 2024 pela própria UEPG, ela já ingressou no mestrado em Educação este ano

Da Redação

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Quem entrou para a história da UEPG foi Jéssica Carolina dos Santos Paiva
Icone Camera Foto por Tierri Angeluci
Quem entrou para a história da UEPG foi Jéssica Carolina dos Santos Paiva
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.11.2024, 11:28:17 Editado em 19.11.2024, 11:29:05
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A Universidade Estadual de Ponta Grossa segue com diversas iniciativas para promover a inclusão de sua comunidade acadêmica. Pela primeira vez, foi ofertada a prova de proficiência em língua estrangeira para uma aluna do Programa de Pós-graduação (PPG) em Educação com deficiência visual. Quem entrou para a história da UEPG foi Jéssica Carolina dos Santos Paiva.

Graduada em licenciatura em Pedagogia no início de 2024 pela própria UEPG, ela já ingressou no mestrado em Educação este ano. E uma das exigências do mestrado é a proficiência em língua estrangeira, que deve ser feita ainda no primeiro ano. A prova foi aplicada de maneira online para diversos candidatos em 10 de novembro.

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“Eu me sinto feliz e grata ao mesmo tempo por ser a primeira pessoa com deficiência visual a realizar essa prova. Com as adaptações solicitadas e atendidas, sei que estou abrindo caminho para que outras pessoas, não só com deficiência visual, mas outras deficiências, possam chegar até aqui”, destaca Jéssica.

Ela também agradeceu à Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) pelo apoio que recebeu, e ao Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância (Nutead), que aplicou a prova.

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A coordenadora do PPG em Educação, professora Simone Regina Manosso Cartaxo, conta que em 2021 foram aprovadas políticas e ações afirmativas para o processo seletivo, com a inclusão de cotas para pessoas negras, trans, indígenas e com deficiência.

“Em 2023 tivemos a inscrição de algumas pessoas com deficiência visual, inclusive a Jéssica, e que precisariam de condições especiais para a realização da prova. Contatamos o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) para nos ajudar a instalar um programa que pudesse ser usado pela candidata. Ela fez a prova em uma sala especial, com o acompanhamento de uma professora, e com tempo ampliado”.

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A coordenadora destaca que a demanda da aluna está dando a possibilidade de criar protocolos, caminhos e estratégias para atender pessoas com necessidades especiais. “Isso nos ajuda a pensar no direito de todas as pessoas estarem na Universidade e também na pós-graduação, porque elas estão junto conosco, construindo os caminhos para que outros possam estar presentes também na pós-graduação”.

No dia da prova, foram mobilizadas diversas pessoas para que Jéssica pudesse fazê-la da melhor maneira possível. Por ser uma avaliação online, ela poderia ter feito em casa, mas a estrutura da Nutead foi colocada à disposição. Uma das necessidades mais importantes é a presença de um ledor/transcritor e de um guia.

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Simone de Fátima Colman Martins, professora do Departamento de Estudos de Linguagem (DEEL) da UEPG e pesquisadora da área da deficiência visual, atuou como guia durante a avaliação, enquanto a coordenadora da Escola de Línguas e Culturas (Eslin-UEPG), Valeska Gracioso Carlos, foi a ledora da prova em língua espanhola, opção escolhida por Jéssica.

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Segundo Simone, em alguns casos, o ledor/transcritor é também guia, entretanto, em testes de línguas específicas, como a prova de proficiência, os aplicadores precisam oportunizar um ledor/transcritor fluente na língua do exame e um guia, ou seja, uma pessoa que atue e conheça o universo da pessoa com deficiência.

“Penso que tal prática revela uma UEPG mais inclusiva e mais acolhedora. Por um lado, a instituição atende à legislação, garantindo os direitos da pessoa com deficiência, por outro, propicia a inclusão de fato. Esta busca pela inclusão é um caminho de muita luta, com inúmeros obstáculos e desafios, mas que possibilita uma educação para todos e mais humana”. disse.

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PROVA PRÓPRIA – A UEPG organiza sua própria prova de proficiência em língua estrangeira desde 2019. Coordenada pelo Escritório de Relações Institucional (ERI-UEPG) e a Eslin-UEPG, a prova de proficiência em leitura em língua estrangeira da Universidade é elaborada por professores do DEEL.

De acordo com a coordenadora do ERI, professora Sulany Silveira dos Santos, antes a prova era ofertada por um curso de línguas privado da cidade.

“Desde 2020, devido à pandemia, a prova começou a ser ofertada remotamente por meio de um sistema desenvolvido pela Nutead especialmente para esse fim. Por conta disso, temos atendido alunos de pós-graduação de diferentes estados do Brasil, não somente da UEPG”, destaca Sulany.

Segundo ela, em média 200 candidatos realizam a prova de proficiência anualmente em duas edições: uma no primeiro e outra no segundo semestre. As provas são ofertadas para proficiência em inglês, espanhol, português para estrangeiros e francês.

Candidatos que têm interesse em fazer a prova de proficiência em leitura em língua estrangeira da UEPG podem acessar o site exclusivo e obter maiores detalhes sobre todo o processo.

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