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Casa Militar tem 1ª copiloto mulher com brevê para guiar aeronaves

Filha de um capitão da PMPR, Jenifer Formanquevski já tinha em mente a carreira que queria seguir na vida: a de policial militar

Da Redação

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Jenifer Formanquevski tem 31 anos
Icone Camera Foto por Gabriel Rosa/AEN
Jenifer Formanquevski tem 31 anos
Escrito por Da Redação
Publicado em 08.03.2024, 11:44:11 Editado em 08.03.2024, 11:44:06
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Desde adolescente, Jenifer Formanquevski já tinha em mente a carreira que queria seguir na vida: a de policial militar. Filha de um capitão da Polícia Militar do Paraná (PMPR), que atualmente está na reserva, ela costumava acompanhar o pai no trabalho, e na época de prestar o vestibular não teve dúvidas. Escolheu o Curso de Formação de Oficiais da PM.

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Desde 2011 na PMPR, ela passou por diferentes funções na Corporação, mas sua carreira na polícia alçaria voos mais altos. Em 2024, com 31 anos de idade, a tenente se tornou a primeira mulher copiloto da Divisão de Transporte Aéreo da Casa Militar do Paraná. Formada primeiramente como piloto de helicóptero, ela seguiu os estudos na área da aviação para tirar também o brevê para pilotar aviões.

“Eu não achava que ser piloto era um sonho possível. Pensava que era preciso fazer uma faculdade específica, que tinha que começar muito cedo, se dedicar por muito tempo”, conta. “Quando vi que essa oportunidade era possível, um amigo meu, que é piloto, me convidou para fazer um voo experimental. Eles me colocaram em um voo para ver como era, e foi ali que apaixonei”.

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Essa primeira paixão, pelo helicóptero, fez com que enxergasse além e a motivou a ir atrás do brevê para aviões. Assim, ela iniciou novamente o processo para se formar primeiro como piloto privado, depois como piloto comercial e então multimotor, que a tornou apta a trabalhar com as aeronaves da Casa Militar.

“Com um tempinho de experiência com o helicóptero, comecei a me apaixonar pelo avião, então comecei tudo de novo para tirar a carteira de piloto privado, dando sequência até concluir a formação para piloto comercial e multimotor. Somando todo esse processo, desde a primeira até a última carteira, foram dois anos de cursos”, conta.

As aulas práticas e teóricas, feitas no Aeroclube de Ponta Grossa, exigem conhecimento técnico em aeronaves, em meteorologia, regulamento de tráfego aéreo e navegação aérea. Para ter a licença de piloto privado em mãos, o aluno precisa fazer pelo menos 40 horas de aulas práticas. Já o brevê para piloto comercial exige, no mínimo, 150 horas de voo.

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TRANSPORTE AÉREO

Criada há 96 anos, a Casa Militar tem como missão garantir a segurança do governador, do vice-governador e de todas as autoridades que visitam o Paraná, além de gerir o transporte aéreo do Estado.

Com uma frota de quatro aeronaves – três aviões e um helicóptero – a Divisão de Transporte Aéreo é responsável pelos voos executivos das autoridades estaduais, mas também dá suporte a ações de segurança pública e Defesa Civil e ao transporte de órgãos para transplante.

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Somente no ano passado, as aeronaves da Casa Militar voaram 128 vezes para captar e entregar com agilidade órgãos para serem transplantados e salvarem vidas no Paraná, o maior número de operações desse tipo em um ano. Com esse trabalho, que é feito de forma conjunta com a Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde e com uma rede de hospitais credenciados, o Paraná é destaque nacional na doação de órgãos e tecidos.

Para atender as demandas do transporte aéreo, a divisão conta com uma equipe de pilotos, copilotos e de apoio de solo, com profissionais tanto civis quanto militares. Além da parte operacional dos voos, a equipe toda também trabalha na área administrativa, se dividindo em turnos para que as aeronaves estejam aptas a voar sempre que acionadas.

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A tenente Jenifer é copiloto da aeronave Grand Caravan C208B, um avião monomotor turboélice que tem capacidade de transportar até oito pessoas por voo, incluindo os dois tripulantes.

“Como copiloto, meu papel é auxiliar o comandante em todas as etapas do voo, realizando os cálculos de performance, peso e balanceamento e plano de voo”, explica. “A aviação tem uma estrutura de comunicação via rádio, e o copiloto também assume essa função, para deixar a carga de trabalho do comandante um pouco mais leve”.

A profissional também é responsável pelas inspeções de pré-voo, entre voo e pós-voo. Durante o voo propriamente dito, a copiloto faz as comunicações via rádio, configura e monitora os instrumentos e parâmetros da aeronave, interagindo ativamente com o comandante para a divisão da carga de trabalho e desenvolvimento de um voo seguro.

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Além das atividades compartilhadas, ela pode substituir o comandante numa eventual indisponibilidade durante o voo.

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PIONEIRISMO

Entre os quadros da PMPR, a tenente Jenifer foi a primeira a ter brevê para pilotar aviões e a segunda apta a pilotar helicópteros. Quem abriu caminhos na aviação foi a tenente Maitê Baldan, que em 2019 se tornou a primeira mulher piloto do Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), participando de missões policiais, além de resgates e salvamentos.

“A capitã Baldan foi uma inspiração para mim. Eu a vi e pensei o quanto aquela mulher era dedicada, me inspirou muito. Eu comecei no helicóptero, como ela, e agora sou a primeira piloto de avião da PMPR atuando nessa área”, destaca Jenifer.

E além da inspiração, o acolhimento e o incentivo que recebeu dos colegas a motivam a voar cada vez mais alto. “A equipe da Casa Militar tem um carinho e respeito muito grande pelas mulheres. Sempre me senti muito acolhida, é uma unidade pela qual sou apaixonada. São pessoas maravilhosas, que me fizeram entender que eu poderia alcançar a função que eu ocupo hoje”, arremata.

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