Uma investigação mostra que o automóvel que atropelou e matou Daiane de Jesus Oliveira no centro de Cascavel, no oeste do Paraná, não poderia estar rodando, pois, conforme o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), ele está com débitos atrasados. A vítima morreu logo após ser agredida por seguranças de uma casa noturna e abandonada no meio da rua por eles. Após um certo tempo, ela foi atropelada e arrastada por cerca de 70 metros.
O Detran aponta que veículo envolvido no acidente tem cerca de R$ 6,8 mil em dívidas de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o que impede a emissão do licenciamento. Sem o documento, o carro fica irregular e pode ser apreendido.
O automóvel foi apreendido na última quarta-feira (31). Nesse mesmo dia, o motorista responsável pelo atropelamento foi ouvido pela Polícia Civil (PC) e afirmou que ouviu o barulho do impacto, mas acreditou que se tratava de um animal.
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Além disso, o homem alegou que fugiu do local por medo de ser linchado.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Fabiano Moza, o homem alegou que descobriu que a vítima era uma pessoa ao amanhecer, por meio da imprensa.
Em depoimento o motorista negou que ingeriu bebidas alcoólicas no dia do acidente e que estava dentro do limite de velocidade da vítima. O delegado afirmou que as investigações continuam a fim de confirmar a veracidade das informações.
Ainda segundo Moza, ele pode responder por homicídio culposo, com aumento de pena por omissão de socorro.
Entenda
Uma jovem, de 28 anos, morreu após ser atropelada por um carro e arrastada por cerca de 70 metros, na madrugada deste domingo (28/5). O acidente aconteceu logo após a mulher ter tido sua entrada barrada em uma casa noturna de Cascavel, no Oeste do Paraná.
Câmeras de segurança mostram a vítima, identificada como Daiane de Jesus Oliveira, tentando entrar na boate, localizada na área central da cidade. Três homens, responsáveis pela segurança do local, a impedem. Na sequência, a mulher foi agredida com socos e chutes.
Até o momento, não há informações oficiais sobre a motivação das agressões. Um dos seguranças, no entanto, foi identificado como um policial penal. A identidade foi confirmada pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio de nota. Conforme o Deppen, o agente estadual foi afastado das funções até que o caso seja esclarecido. O homem trabalhava como segurança nos horários de folga.
Ainda segundo as gravações das câmeras, após ser agredida, Daiane de Jesus deita no meio da rua. Algumas pessoas saem da boate para acompanhar a confusão e se aproximam da vítima, que ainda está no asfalto. Quando elas percebem um carro se aproximando, tentam sinalizar para o motorista parar.
O condutor do carro, no entanto, não parou o veículo. Daiane foi atropelada e arrastada por aproximadamente 70 metros. Ela morreu na hora. O motorista não prestou socorro.
A jovem era moradora de Tupãssi, município localizado a cerca de 50 quilômetros de Cascavel. Segundo a família, ela sofria de depressão, tinha surtos com frequência e fazia uso de remédios controlados. A mulher aguardava por uma perícia do INSS marcada para o dia 19.
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