Nesta sexta-feira (30), por volta das 11h, uma jubarte macho juvenil (Megaptera novaeangliae) medindo cerca de 7 metros encalhou sem vida, em estado avançado de decomposição, em Pontal do Sul, Pontal do Paraná. O animal foi avistado boiando no mar no final da tarde de quinta-feira (29). Este é o sétimo caso de encalhe no Litoral do Estado em um período de 3 meses.
A equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) se deslocou ao local para registro e coleta de materiais biológicos que permitiram avaliar a condição de saúde do animal e a possível causa da morte na sexta (30).
Para a ação a equipe contou com o apoio da Secretaria de Obras e Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Pontal do Paraná, que forneceu uma retroescavadeira para retirar a carcaça da baleia da linha de maré e enterrá-la após o trabalho da equipe de necropsia.
Esta é a sétima baleia jubarte encalhada nas praias do Paraná nos últimos três meses, sendo uma registrada na Ilha do Mel, duas na Ilha do Superagui, duas em Pontal do Paraná, e duas em Guaratuba. Desde o início do PMP-BS, em 2015, já foram registrados encalhes de 19 baleias da mesma espécie no litoral paranaense, incluindo indivíduos adultos e jovens.
Esta aproximação das jubartes da zona costeira é motivo de investigação pelos cientistas, pois pode ser apenas uma resposta à recuperação da população, mas também pode ser reflexo das mudanças climáticas no continente Antártico. O aquecimento global tem sido responsável pela redução na disponibilidade de krills (principal alimento destas baleias) na Antártica e as baleias possivelmente precisam buscar por alimento durante a migração para as áreas quentes brasileiras e fazem isto utilizando águas mais rasas.
De acordo com o Instituto Baleia Jubarte, os encalhes têm ocorrido por diversos motivos, entre eles, morte natural, aproximação dos animais à costa e aumento da interação destes com redes de pesca e embarcações, causando assim riscos de emalhe e colisão com os barcos e navios. “Estas são ainda hipóteses científicas a serem avaliadas, mas já evidenciam desafios que chegam em resposta à degradação do oceano e mudanças climáticas”, afirma a bióloga Camila Domit.
Com informações do site Bem Paraná.
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