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Ações integradas reduzem propagação da Covid entre presos

Desde março, o Governo do Estado vem adotando medidas de prevenção para evitar a proliferação de casos da Covid-19 na população carcerária. Em quatro meses, apenas 0,7% dos 30 mil detentos no sistema prisional do Estado foram infectados e a maioria aprese

Da Redação

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Ações integradas reduzem propagação da Covid entre presos
Icone Camera Foto por AEN/Reprodução
Escrito por Da Redação
Publicado em 29.07.2020, 11:04:37 Editado em 29.07.2020, 11:04:28
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Desde março, o Governo do Estado vem adotando medidas de prevenção para evitar a proliferação de casos da Covid-19 na população carcerária. Em quatro meses, apenas 0,7% dos 30 mil detentos no sistema prisional do Estado foram infectados e a maioria apresentou sintomas leves. Apenas uma morte foi registrada.

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O Plano de Ação Integrada para Enfrentamento ao Covid-19 nas carceragens e delegacias de Polícia e Penitenciárias do Estado do Paraná é executado em conjunto pelas Secretarias de Estado da Segurança e Saúde. Além disso, conta com atuação da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e Fundação Araucária, que contrataram, via chamamento público, bolsistas que estão atuando nas unidades.

Para o diretor-geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Francisco Caricati, o plano tem gerado bons resultados. “Considerando nossa população carcerária, que é perto de 30 mil pessoas, tivemos poucos casos registrados. Tudo isso porque estamos agindo com rapidez quando focos são identificados, através do plano de ação”, afirma.

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De acordo com Francisco Carlos Pereira dos Santos, diretor clínico do Complexo Médico Penal, foram montadas oito sentinelas no Estado, que estão trabalhando para evitar a entrada de pessoas infectadas no sistema prisional. “Temos sentinelas em todas as regionais do Estado. Cada preso que entra no sistema fica em quarentena, por 14 dias, antes de ser liberado para interagir com os demais", informa ele.

O médico explica que também são monitorados pelos Sentinelas todos os presos que apresentam sintomas gripais, como febre ou tosse. Quando os sintomas persistem, o detento é encaminhado para Unidade de Pronto-Atendimento mais próxima (UPA), para avaliar a necessidade de internação.

Santos afirma que as cadeias públicas são os pontos mais vulneráveis do sistema porque recebem presos que vêm das ruas e que podem espalhar a doença entre aqueles já detidos. “É por isso que este trabalho de sentinela é fundamental. Estamos conseguindo monitorar bem as ocorrências, agir com rapidez quando focos são identificados. O resultado deste trabalho é que estamos conseguindo manter a doença sob controle entre a população carcerária do estado”, afirma.

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De acordo com a diretora de Atenção em Vigilância a Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Maria Goretti Lopes, a pasta disponibilizou funcionários para atuar nas unidades sentinelas, monitorando os bolsistas contratados. “O plano tem se mostrado bastante eficiente e importante para que todos saibam como proceder e para termos respostas eficazes, diminuindo o número de casos e doentes”, explica.

OUTRAS MEDIDAS - Uma das medidas tomadas para minimizar os casos de Covid entre os presos foi a restrição de visitas e ampliação das visitas eletrônicas. O sistema existe desde 2018, mas era implantado em apenas algumas unidades da Região Metropolitana de Curitiba. Com a pandemia, a funcionalidade foi ampliada para 43 locais no Estado, incluindo todas as regionais do Depen. As visitas têm durado entre 20 e 30 minutos e são realizadas de segunda a sexta-feira.

A entrega de sacolas de alimentação também foi suspensa, com o objetivo de evitar a aglomeração de pessoas em frente aos estabelecimentos penais. Apenas a entrega via SEDEX foi mantida. Para isso, os materiais enviados passam por uma desinfecção e ficam armazenados durante sete dias, antes de serem distribuídos, para evitar contaminação.

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O Depen capacitou também funcionários para a realização dos testes PCR nos detentos do Estado. De acordo com Santos, os testes são feitos quando o detento apresenta sintomas da doença ou quando há suspeita de contaminação em diversos presos. Neste caso, os testes são feitos em massa.

Além disso, os locais de detenção estão passando por limpezas contínuas dos ambientes, assim como higienização de viaturas e veículos de remoção. Estão sendo feitas desinfecção de ambientes compartilhados (como corredores, refeitórios, pátios e canteiros de trabalho dos detentos) está ocorrendo com maior periodicidade. A limpeza é feita diariamente com aspersão de água sanitária.

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Ao mesmo tempo, foi intensificada a distribuição de produtos de higiene e materiais de proteção individual, assim como a disponibilização de cartazes de orientação sobre o combate ao coronavírus nas unidades prisionais. Presos e servidores têm de duas a quatro máscaras à disposição, além de álcool em gel e sabão para higienização das mãos, entre outras medidas. Os agentes também que têm contato direto com detentos com suspeita ou confirmação da doença contam ainda com equipamentos como óculos e capa, por exemplo.

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Bolsistas atuam no monitoramento de presos em Umuarama

O Programa de Apoio Institucional para Ações de Prevenção e Cuidados diante da Pandemia do Novo Coronavírus abriu 1.064 vagas para contratação de bolsistas e investimento de R$ 8 milhões. Profissionais de saúde e estudantes de diferentes cursos foram selecionados por meio de edital. Até agora, cerca de 700 bolsistas já estão contratados e trabalhando em diversas frentes, entre elas delegacias e unidades prisionais.

Em Umuarama, uma parceria firmada com a Universidade Estadual de Maringá permitiu que todas as unidades prisionais dos municípios que integram a 12ª Regional de Saúde, de Umuarama, passassem a ser monitoradas.

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Juliana Scanavaca, professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenadora adjunta do projeto de extensão de combate à pandemia, é responsável por monitorar a atuação dos bolsistas nas regionais de Cianorte e Umuarama. “Os bolsistas estão verificando quem tem sintomas. É uma forma de previnir e evitar que a doença se espalhe nas unidades”, afirma.

A enfermeira Elisandra de Jesus Sangalli Martins e a técnica em Enfermagem, Franciele da Silva Correia, são bolsistas contratadas pelo governo do estado. Ambas atuam na Cadeia Pública de Umuarama. Desde a implantação do projeto na Unidade, não foi registrado nenhum caso de Covid19 entre os detentos. Apenas um caso suspeito, que foi encaminhado para a unidade sentinela de Campo Mourão.

"Nossa rotina é fazer o controle de acesso nas portas de entrada. Aferindo a temperatura, fornecendo álcool em gel e cobrando o uso obrigatório de máscara. Tanto para visitantes quanto para funcionários”, conta Franciele.

Além disso, eles têm promovido treinamentos semanais com os funcionários da unidade. "Já fizemos um curso sobre lavagem das mãos, explicando todas as doenças que se contraem por contato e em decorrência da não lavagem das mãos. Esta semana, o curso foi sobre a importância do uso da máscara”, afirma Elizandra.

De acordo com o coordenador regional do Departamento Penitenciário em Maringá, Luciano Brito, na Cadeia Pública de Umuarama, a rotina de trabalho da enfermeira e da técnica em enfermagem inclui a coleta diária de sinais vitais dos presos da triagem e a de informações a respeito de sintomas gripais.

Em caso de necessidade, conforme demanda, presos das cadeias públicas de Pérola, Iporã, Alto Piquiri, Altonia e Icaraíma também são atendidos por meio desta parceria.

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