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No Paraná, 30% dos presos trabalham e 35% estudam

Nas 33 unidades prisionais do Paraná, cerca de 30% dos presos trabalham e quase 35% participam de atividades educacionais, segundo levantamento do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen). É um dos mais altos índices do País. “Estamos muito

Da Redação

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No Paraná, 30% dos presos trabalham e 35% estudam
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No Paraná, 30% dos presos trabalham e 35% estudam
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.01.2018, 18:00:00 Editado em 16.01.2018, 13:48:01
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Nas 33 unidades prisionais do Paraná, cerca de 30% dos presos trabalham e quase 35% participam de atividades educacionais, segundo levantamento do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen). É um dos mais altos índices do País. “Estamos muito além de outros estados nesse aspecto. Além disso, aqui todos os presos que trabalham recebem por isso”, afirma diretor do Depen, Luiz Cartaxo Moura. O sistema prisional conta com mais de 400 canteiros de obras - 300 do estado e 100 em parceria com empresas privadas.

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Cartaxo destaca que essa é uma política que vem sendo reforçada pelo Estado, que busca parceiros para novos projetos e oportunidades. “É um sistema que vem funcionamento bem. De nada adianta transformarmos as penitenciárias em depósitos de presos, nós precisamos implementar políticas que ofereçam condições para que os detentos saiam preparados para atividades laborais e tenham a opção de não voltar ao crime”, diz o diretor.

MAIS FORTE - A lei de execução penal garante o direito do preso ao trabalho. O detento ganha três quartos do salário- mínimo e tem descontado um dia de pena a cada três trabalhados. Preso há oito anos, Cassiano (28) cumpre pena de 30 anos. Ele trabalha na empresa Risotolândia durante o dia e estuda a noite. Inclusive, já obteve nota no Enem para cursar o ensino superior.

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“Já tive muito sofrimento e a oportunidade de continuar estudando e trabalhando me deixa mais forte. Eu só quero cumprir minha pena, fazer uma faculdade de educação física e futuramente lecionar”, conta.

Alessandro (37), preso há um ano e sete meses, cumpre pena na Penitenciaria Central do Estado (Unidade de Progressão). A unidade é considerada modelo, onde os presos trabalham e estudam 100% do tempo. Ele trabalha o dia todo no almoxarifado e estuda no período noturno estuda. Nascimento disse que essa rotina é fundamental para não cair na depressão.

“Para quem está dentro de um presídio essa rotina é como uma luz. Vejo que Deus me deu uma oportunidade. Esse tempo que estaria de certa forma perdido, eu aproveito para aprender, para ocupar a cabeça”, diz.

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QUALIFICAÇÃO - No sistema prisional do Paraná são desenvolvidas diversas atividades de trabalho, com qualificação profissional e treinamentos, como costura, panificação, gráfica, marcenaria, metalurgia, agricultura, construção civil, eletricista, mecânica, produção de eletrônicos, fabricação de materiais de limpeza, fabricação de fraldas, produtos de limpeza, produção de calçados, restauração de livros.

INCLUSÃO SOCIAL - Os detentos têm a oportunidade de continuar os estudos e, com isso, diminuir a pena. A escolarização desenvolvida nas prisões do Paraná vão da alfabetização ao ensino médio, além do ensino superior, preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e cursos de qualificação e profissionalizantes.

Existe, também, o projeto de remição da pena por meio da leitura de livros. “O nosso sistema educacional é eficiente porque aproveita o aparato completo da Secretaria de Estado da Educação. Os detentos também podem aproveitar a certificação para o mercado de trabalho comum”, afirma o diretor do Depen.

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É o caso da estudante de psicologia Giovana, que está presa há 11 meses. Ela é transexual e cumpre uma pena de seis anos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, onde trabalha em um dos canteiros de costura da unidade. Ela recebeu treinamento e certificação e destaca a importância que esse trabalho ocupa na vida dela.

“A gente tem algo para se ocupar e isso é fundamental. É difícil para quem é transexual ter uma oportunidade de trabalho como essa e de aprender algo novo, por isso, eu estou muito feliz. Pretendo me profissionalizar ainda mais e continuar na costura depois que sair daqui”, afirma.

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