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Sem manutenção, piso do parque Trianon vira um "queijo suíço" a visitantes

MARIANA ZYLBERKAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duas vezes por semana, quando dá aulas de lian gong (prática corporal chinesa) no parque Trianon, a aposentada Gentil Lourdes Lazaro, 72, inclui uma recomendação aos seus alunos, a maioria deles idosos: "Falo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.03.2018, 17:30:00 Editado em 11.03.2018, 17:30:09
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MARIANA ZYLBERKAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duas vezes por semana, quando dá aulas de lian gong (prática corporal chinesa) no parque Trianon, a aposentada Gentil Lourdes Lazaro, 72, inclui uma recomendação aos seus alunos, a maioria deles idosos: "Falo para prestarem atenção onde pisam para não tropeçarem. Já vi muita gente se machucando".

O perigo, no caso, é o piso do parque, todo revestido por pedras portuguesas, que se transformou em campo minado de buracos devido à falta de manutenção pela gestão do prefeito João Doria (PSDB).

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Um dos trechos mais danificados fica bem na entrada que dá acesso à avenida Paulista. A poucos passos do portão o piso está repleto de falhas preenchidas com areia compactada no lugar onde deveriam estar as pedras. O padrão "queijo suíço" continua na ponte que passa sobre a alameda Santos, ponto onde muitos visitantes param para fazer selfies.

Galeria Calçamento do parque Trianon cheio de buracos Buracos nas trilhas de parque da avenida Paulista são alvo de reclamações https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1594601807894743-calcamento-do-parque-trianon-cheio-de-buracos#foto-1594601808147943   A falta do material de revestimento é visível nas poucas partes "remendadas". Os consertos se mostram ainda mais perigosos pois apresentam desníveis, já que poucas pedras foram salpicadas em meio à areia que toma a maior parte das falhas.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, responsável pela gestão do parque, afirmou que iniciou nesta semana a obra de recuperação do piso e prevê que ela seja finalizada neste mês. 

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A reportagem, no entanto, esteve no parque na tarde de quinta-feira (8) e não encontrou nenhum funcionário trabalhando na obra. Há apenas uma área isolada com uma fita amarela amarrada a árvores e bancos. Um papel escrito "obras" à mão é a única dica de que o conserto estaria sendo realizado.

Procurada, a secretaria da gestão de João Doria não comentou a falta de funcionários. A responsável pela administração do parque também não foi encontrada para comentar a situação precária da estrutura. 

A sensação de abandono é recorrente entre os frequentadores do Trianon. Além de desníveis no piso, há bancos quebrados e interditados com faixas amarelas, além de brinquedos danificados nas duas áreas destinadas às crianças. Em uma delas, um balanço solto foi amarrado à estrutura que o sustenta para evitar acidentes.

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Folhas que caem sobre o calçamento do parque não são retiradas com frequência, e o espelho d'água está inativo há muito tempo, segundo a aposentada Vilma Fracari, 71, que vai lá toda semana. "É uma vergonha um parque na avenida Paulista estar abandonado desse jeito. Nos finais de semana, vem tanto estrangeiro que é difícil ouvir alguém falando em português. Deveriam cuidar mais."

Além da falta de manutenção, a insegurança é outra reclamação dos frequentadores. O contrato com a empresa terceirizada foi renovado em outubro com corte de 9% no número de postos de vigilância.

Antes disso, o Trianon e outros sete parques municipais ficaram quase um ano sem vigilantes por falta de contrato. O acordo da prefeitura com a iniciativa privada havia sido rompido no final da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), por falta de verbas, e só foi renovado quase um ano após a posse de Doria.

Rodrigo Ravena, secretário do Verde e do Meio Ambiente da gestão Haddad, afirmou que a Guarda Civil Metropolitana assumiu a vigilância dos parques durante o período que ficaram sem contratos com a iniciativa privada.

Na tarde de quinta-feira, um segurança particular acompanhava um grupo de alunos de um colégio próximo ao Trianon durante uma aula ao ar livre de ciências. Enquanto o professor de jaleco branco explicava sobre espécimes da mata atlântica, o segurança contratado pela escola os observava.

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