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PM recebe bilhete, cerca bando e mata sete em estrada rural de SP

ROGÉRIO PAGNAN E LUÍS FREITAS SÃO PAULO E CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - Uma carta escrita em papel de caderno e deixada na porta de um batalhão deu início a uma operação que terminou na noite desta quarta-feira (28) com a morte de sete suspeitos de integrar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2018, 20:50:00 Editado em 01.03.2018, 20:50:09
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ROGÉRIO PAGNAN E LUÍS FREITAS

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SÃO PAULO E CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - Uma carta escrita em papel de caderno e deixada na porta de um batalhão deu início a uma operação que terminou na noite desta quarta-feira (28) com a morte de sete suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no roubo de caixas eletrônicos no interior de São Paulo.

A ação da Polícia Militar ocorreu em uma estrada rural no entorno de Campinas, a 93 km da capital. No total, 72 PMs em 18 viaturas emboscaram o bando que, segundo a investigação, se dirigia ao município vizinho de Joanópolis justamente para explodir e roubar caixas de bancos -a rota rural faz parte da estratégia de bandidos para escapar da fiscalização nas rodovias.

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Com informações da denúncia e da equipe de inteligência, a equipe do Baep (batalhão de ações especiais da PM) montou um cerco na estrada municipal Dona Isabel Fragoso Ferrão. De acordo com a PM, os suspeitos estavam em dois carros, não obedeceram a ordem de parada e reagiram atirando contra os policiais, que revidaram.

Os disparos aconteceram perto da ponte sobre o rio Atibaia, a cerca de 200 metros do acesso à rodovia Dom Pedro. O local tem apenas propriedades rurais. Sete suspeitos foram baleados e morreram no local. Outros dois integrantes do grupo conseguiram fugir -um deles foi preso horas depois do tiroteio, depois de escapar pelo matagal e se esconder em uma comunidade da região.

Nenhum policial se feriu. Agora a Polícia Civil e a Corregedoria da PM vão investigar as circunstâncias da operação. O ouvidor das Polícias de SP, Benedito Mariano, disse que, por ora, é precipitado afirmar se houve ou não irregularidades na ação. "Ficamos felizes em não ter mortes de agentes do Estado defendendo a sociedade. Quando há um número grande de mortes, a avaliação é saber se houve excesso ou não. Isso vai ser avaliado pela Corregedoria e nós vamos acompanhar."

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No boletim de ocorrência do caso registrado pela Polícia Civil não há informações sobre a quantidade de tiros em cada um dos mortos. Imagens da ação recebidas pela reportagem mostram ferimentos em série nas cabeças dos suspeitos.

Segundo a polícia, ao menos cinco dos sete mortos já tinham registros policiais, entre os quais tentativa de homicídio, roubo de carro, tráfico e posse ilegal de explosivo.

Com o bando, a polícia apreendeu fuzis, submetralhadoras, pistolas, munição, explosivos e coletes à prova de balas nos dois veículos.

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A carta entregue no batalhão da PM foi escrita em papel de caderno por uma pessoa ligada a um dos criminosos e indicava o plano do grupo em participar de roubo a banco ou caixa eletrônico justamente em Joanópolis.

Ela relatava ainda a presença das armas e dos carros que seriam utilizados.

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O mais importante para a polícia, porém, foi a indicação da estrada de terra por onde o comboio pretendia passar e, justamente, onde a PM montou a ação contra o grupo, além de detalhes da provável data do ataque: noite do último dia de fevereiro.

O autor da carta disse que fazia a denúncia porque preferia ver o parente ser preso a ser morto, já que sempre foi um homem bom, mas, de um tempo para cá, havia se envolvido no mundo do crime. Primeiro, com o tráfico e, recentemente, em roubos a banco. Também dizia que o homem estava muito violento pelo constante uso de drogas.

MORTES

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O número de pessoas mortas pelas polícias Civil e Militar no Estado de São Paulo chegou a 940 em 2017.

Trata-se do maior índice já registrado pela Secretaria da Segurança Pública, que começou a contabilizar a letalidade policial anual em 1996.

Somente na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), de 2011 a 2017, o avanço é de 96%.

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Já o número de policiais civis e militares mortos no Estado (60), em serviço e em folga, é o menor desde 2001.

Sob a gestão Alckmin, esta é a terceira vez em que uma ação da polícia termina com uma quadrilha inteira morta e nenhum policial ferido.

Nas duas primeiras ações, em 2002 e 2017, o governador elogiou policiais envolvidos.

Em 2002, na rodovia senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, que dá acesso a Sorocaba, um ônibus que levaria 12 integrantes da facção PCC a um roubo foi interceptado por PMs da Rota, que mataram a suposta quadrilha.

A operação utilizou um grupo de policiais (Gradi) que, teoricamente, deveria investigar crimes raciais. Hoje extinto, o Gradi foi, segundo a Promotoria, uma unidade criada para infiltrar presos em quadrilhas e promover ações para melhorar a imagem do governo. A informação foi revelada pela Folha em julho de 2002.

No ano de 2014, a Justiça de São Paulo absolveu sumariamente todos os policiais envolvidos na ocorrência, que ficou conhecida como "Operação Castelinho". Alckmin sempre elogiou a ação, afirmando que "em São Paulo, bandido tem dois destinos: prisão ou caixão".

Já em 2017, uma ação da Polícia Civil terminou na morte de 10 suspeitos de integrarem uma quadrilha de roubo a casas em áreas nobres da capital. Nenhum policial foi alvo de investigação. Alckmin também defendeu a ação.

"A polícia com esse trabalho de inteligência monitorou e fez a intervenção. Graças a Deus, nenhuma vítima foi atingida, nem policiais. Então, esse é o trabalho que tem que se feito, um trabalho de inteligência, para você tirar essas organizações criminosas, principalmente armadas com fuzil", disse o tucano.

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