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Ex-presidente do Crea-SP é condenado a 13 anos de prisão por desvio de recursos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de São Paulo José Eduardo de Paula Alonso foi condenado pela 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo a 13 anos de prisão por desvio de recursos da entidade no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.02.2018, 19:45:00 Editado em 27.02.2018, 19:45:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de São Paulo José Eduardo de Paula Alonso foi condenado pela 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo a 13 anos de prisão por desvio de recursos da entidade nos anos de 2003 e 2004. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Alonso fez duas operações irregulares que geraram prejuízos de R$ 516 mil à autarquia. A sentença prevê também pagamento de multa equivalente a quase mil salários mínimos. Cabe recurso da decisão. As informações são da Agência Brasil.

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O MPF aponta que, na primeira operação, Alonso sacou R$ 107 mil por meio de um cheque emitido em favor do próprio Crea-SP. “Não havia justificativa administrativa para a operação, cujo único objetivo foi viabilizar a obtenção da quantia em espécie”, destacou o Ministério Público. Segundo a procuradoria, as testemunhas confirmaram que a entidade não mantinha um fundo em dinheiro e que todos os pagamentos seguiam procedimentos específicos, sendo efetuados pela contabilidade.

Na segunda operação, de acordo com o MPF, Alonso ordenou a emissão dois cheques para saldar dívidas da entidade. “Apesar de a rotina administrativa não prever que esse tipo de transação passasse pela presidência do conselho, o pagamento foi determinado pelo réu com base apenas em uma planilha de gastos que ele mesmo havia assinado, sem a participação dos setores que deveriam ter realizado as etapas do processo”, diz a procuradoria.

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A sentença aponta que o recebimento dos cheques não foi comprovado pelos destinatários. Ainda segundo o MPF, as investigações identificaram que pelo menos R$ 309,5 mil foram usados para gastos com materiais de campanha de políticos que contavam com o apoio de Alonso.

DEFESA

Ricardo Luiz de Toledo Santos Filho, advogado de defesa, avalia que a decisão não reflete a realidade do processo, pois “as provas demonstram que não houve desvio de recursos”. “Uma coisa que é muito importante: jamais houve apropriação para ele próprio, o que se discute é que ele deveria pagar A, mas pagou B indevidamente, e não em benefício próprio”, explicou. Ele disse que recorrerá da decisão.

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O advogado acredita também que há desproporcionalidade na pena, além de falhas técnicas no processo. “Alonso foi denunciado numa situação de continuidade delitiva. É um crime só. Na sentença, de forma surpreendente, tem a acusação de mais crime do qual nós não nos defendemos tecnicamente. Sem direito à defesa e passando por cima das regras processuais. Isso será objeto de apelação. Isso não subsiste”, criticou.

Santos Filho avalia ainda que há um viés político na ação devido disputas internas no Crea-SP. “Faz 14 anos que o Alonso não está mais lá, mas até hoje tem briga política de outros candidatos. Essa ação foi decorrente de uma ação civil pública de um adversário dele”, apontou.

Por meio de nota, o atual presidente do Crea-SP, Vinicius Marchese Marinelli, informou que as irregularidades apontadas no processo foram apuradas internamente e oficiadas ao MPF. Além disso, o caso é acompanhado pela procuradoria jurídica da entidade. “A atual administração do conselho pauta sua gestão sob os princípios da legalidade, da transparência e do espírito gregário, buscando resgatar a credibilidade da engenharia brasileira num momento em que a comunidade tecnológica, responsável pela produção de um terço do PIB nacional, é afrontada por acontecimentos protagonizados por uma quantidade ínfima de maus profissionais, maus cidadãos e maus brasileiros”, diz a nota.

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