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"Não quero bandeira, quero meu filho", diz mãe de policial morto no Rio

ROGÉRIO PAGNAN E DANILO VERPA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Foi enterrado na tarde desta quinta (22) no Rio o corpo do tenente da PM Guilherme Lopes da Cruz, 26, o 20º policial vítima da violência urbana fluminense somente neste ano. O oficial foi vít

Da Redação

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Publicado em 22.02.2018, 20:20:00 Editado em 22.02.2018, 20:20:09
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ROGÉRIO PAGNAN E DANILO VERPA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Foi enterrado na tarde desta quinta (22) no Rio o corpo do tenente da PM Guilherme Lopes da Cruz, 26, o 20º policial vítima da violência urbana fluminense somente neste ano. O oficial foi vítima de suposto latrocínio ocorrido na madrugada desta quarta (21), na região de Jacarepaguá, zona oeste da cidade.

O enterro do policial, ocorrido no cemitério Jardim da Saudade, também na zona oeste, foi marcado por um enorme contingente de colegas de farda e, também, de camisetas do Flamengo -clube do coração do PM. O hino do time foi tocado em trompete por um músico profissional e cantado por parte do público. 

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Um dos momentos mais emocionantes do enterro foi durante a entrega da bandeira do Brasil para a mãe do policial, dona Valdete. A mulher, inconsolável, não queria receber a oferta de um oficial da PM. "Não quero bandeira, quero meu filho", gritava a mulher. Um outro familiar teve que receber a bandeira.

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado. 

Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações.

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Faltam equipamentos como coletes e munição. A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade.

Foram 134 policiais militares assassinados em 2017. Policiais, porém, também estão matando mais.

Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). No ano passado, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia.

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Em meio à crise, a política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu -estudo da PM cita 13 confrontos em áreas com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016.

Nesse vácuo, o número de confrontos entre grupos criminosos aumentou. Com a escalada nos índices de violência, o presidente Michel Temer (MDB) decretou a intervenção federal na segurança pública do Estado, medida que conta com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe das forças de segurança do Estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando.

Braga Netto trabalha agora em um plano de ação. Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros Estados com patamares ainda piores. 

No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio tinha taxa de 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 58,1 de Sergipe, 52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo.

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