SÉRGIO RANGEL, MARTHA ALVES E DANILO VERPA
RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Militares do Exército, da Marinha, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PM e policiais civis realizam nesta terça (20) um cerco à favela Kelson's, na Penha, zona norte do Rio. Ao menos quatro suspeitos foram presos até o final desta manhã.
Desde o início da manhã, as entradas da comunidade foram ocupadas pelos militares do Exército. Moradores são submetidos a revista de soldados antes de deixarem a favela, que é vizinha do CIAA (Centro de Instrução Almirante Alexandrino), da Marinha.
O quartel é o maior e mais diversificado centro de formação de praças da Marinha.
Os traficantes da favela são conhecidos pela ousadia. O quartel é separado da comunidade dominada pelo Comando Vermelho por apenas um muro.
No dia 24 de janeiro, dois tiros de fuzil disparados da Kelson's atingiram o ambulatório naval do CIAA.
No mesmo mês, um criminoso armado subiu no muro do quartel e pediu para que os recrutas interrompessem uma atividade física por causa do barulho, de acordo com relato de militares.
Desde a tarde desta segunda (19), militares deixaram os quartéis em Deodoro e ocuparam a entrada de diversas comunidades na região metropolitana do Rio.
Além de favelas cariocas, comunidades em Duque de Caxias e São Gonçalo são vigiadas por soldados do Exército.
INTERVENÇÃO FEDERAL
Na última sexta-feira (16), o presidente Michel Temer anunciou a intervenção na segurança pública do Rio.
Na madrugada desta terça, a Câmara dos Deputados aprovou o decreto de intervenção. O texto foi aceito por 340 votos a favor e apenas 72 contra, além de uma abstenção.
Agora, o decreto, que tramita em regime de urgência, seguirá para o Senado Federal, onde deve ser apreciado em plenário nesta terça. Lá, tem que ser aprovado também por maioria simples.
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