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Polícia foi alertada sobre agressor da Flórida

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Em setembro de 2017, o caçador de recompensas Ben Bennight viu um comentário em um vídeo dele no YouTube que o deixou assustado. Decidiu avisar o FBI. "Serei um atirador profissional de escola", dizia o texto, assinado por a

Da Redação

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Publicado em 16.02.2018, 21:20:00 Editado em 16.02.2018, 21:20:09
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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Em setembro de 2017, o caçador de recompensas Ben Bennight viu um comentário em um vídeo dele no YouTube que o deixou assustado. Decidiu avisar o FBI. "Serei um atirador profissional de escola", dizia o texto, assinado por alguém identificado como "Nikolas Cruz".

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O nome é o mesmo do adolescente de 19 anos que confessou ter matado 17 pessoas a tiros na quarta-feira (14), em um ataque a um colégio em Parkland, na Flórida.

Segundo afirmou à polícia, Cruz chegou de Uber ao colégio Marjory Stoneman Douglas. Logo depois, sacou da mochila um fuzil AR-15 e "começou a atirar nos estudantes que estavam no corredor e no terreno da escola".

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O alerta do ano passado, porém, não foi o único recebido pelo FBI. Pouco mais de um mês antes do ataque, no dia 5 de janeiro, uma pessoa próxima a Cruz informou que o jovem possuía uma arma e poderia realizar um ataque em uma escola.

O denunciante afirmou que Cruz tinha o desejo de matar pessoas e um comportamento errático, além de assinar publicações perturbadoras em redes sociais. A agência admitiu que deveria ter avaliado melhor a informação e repassado-a ao escritório local.

"Os protocolos não foram seguidos", disse. "A informação não foi transmitida ao escritório de Miami e nenhuma outra investigação foi conduzida naquele momento."

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O diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou que está comprometido a "ir até o fim" nas investigações sobre o que aconteceu e a revisar todos os procedimentos do órgão para responder a esse tipo de denúncia. Wray disse que o órgão "lamenta profundamente" que essa omissão possa ter causado dor adicional às famílias das vítimas.

"Todos os americanos devem estar vigilantes, mas quando o público nos contata com preocupações, nós devemos agir apropriadamente e rápido", observou ele.

O FBI, equivalente à Polícia Federal brasileira, recebe por ano dezenas de milhares de denúncias e pistas de crimes federais. Cabe aos agentes analisar quais devem ser deixadas de lado e quais de fato representam perigo.

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Atualmente, há cerca de 10 mil investigações em andamento sobre possíveis ameaças. Por isso, boa parte das denúncias acaba sendo arquivada em poucas semanas.

Bennight disse que, dois dias depois de encaminhar a dica ao FBI, dois agentes federais foram a seu escritório no Mississippi para saber se havia mais informações sobre o autor -ele disse que não sabia de mais nada.

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"Nenhuma outra informação estava incluída neste comentário que pudesse indicar a localização ou a verdadeira identidade da pessoa que o fez", disse Robert Lasky, que comanda o escritório do FBI em Miami.

Segundo ele, a polícia não conseguiu identificar quem era a pessoa por trás da declaração e, por isso, não pode confirmar se o Nikolas Cruz do comentário é o mesmo do massacre na Flórida.

Lasky revelou que, após a visita a Bennight, os agentes que apuraram a denúncia procuraram o nome em bases de dados públicas e na internet, mas, como nada de preocupante foi encontrado, o caso foi deixado de lado. O FBI não avisou a polícia da Flórida sobre o comentário on-line.

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O método é considerado o primeiro estágio de uma investigação da agência, usado nos casos mais básicos.

Se os agentes tivessem confirmado que o autor era o estudante, teriam encontrado diversas imagens de armas e munições em contas nas redes sociais, o que possivelmente o levaria a um interrogatório.

As omissões do FBI levaram a uma manifestação do secretário de Justiça americano, Jeff Sessions --sob quem recai a responsabilidade pelo sistema judicial do país.

"Está claro que havia sinais de alerta e que houve denúncias que foram ignoradas pelo FBI", afirmou. "Nós estamos vendo as trágicas consequências dessas falhas."

Sessions determinou que o Departamento de Justiça conduza uma revisão dos protocolos de denúncia, a fim de melhorar a resposta a potenciais situações de violência.

Mais tarde, o xerife do condado de Broward, Scott Israel, disse que a polícia recebeu 20 chamados sobre Cruz desde 2016, mas não especificou qual seria a natureza deles. Ele informou que abrirá investigação sobre as ligações.

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