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Israel revela plano de anexar assentamentos

DANIELA KRESCH TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - Um comentário feito nesta segunda (12) pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, expôs rixas antes invisíveis entre ele e o presidente americano, Donald Trump. Em reunião com líderes de seu partido, o conse

Da Redação

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Publicado em 13.02.2018, 03:55:00 Editado em 13.02.2018, 03:55:09
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DANIELA KRESCH

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TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - Um comentário feito nesta segunda (12) pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, expôs rixas antes invisíveis entre ele e o presidente americano, Donald Trump. Em reunião com líderes de seu partido, o conservador Likud, Netanyahu revelou estar coordenando, com o governo americano, uma possível anexação de assentamentos israelenses da Cisjordânia, território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).

"Sobre o tema da aplicação da soberania, posso dizer que tenho conversado com os americanos sobre isso há algum tempo", disse Netanyahu. "Estamos coordenando com os americanos porque, primeiro, a conexão com eles é estratégica para o Estado de Israel e para os assentamentos. E, segundo, é preciso ser uma iniciativa do governo e não uma privada, já que é uma medida histórica."

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O comentário levou a uma rápida onda de reações negativas entre os palestinos: "Qualquer movimento unilateral no contexto da imposição do controle israelense sobre os assentamentos não mudará a realidade de que os assentamentos são ilegais e tais medidas só levarão a um aumento de tensão", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

"A anexação de terras palestinas por parte de Israel significaria a negação dos direitos inalienáveis do povo palestino à autodeterminação e independência", reagiu o negociador de paz palestino, Saeb Erekat.

Pouco depois das palavras do premiê, no entanto, a Casa Branca negou qualquer tipo de coordenação: "Os relatos de que os EUA discutiram com Israel um plano de anexação para a Cisjordânia são falsos", disse o porta-voz, Josh Raffel. "Os EUA e Israel nunca discutiram essa proposta, e o foco do presidente permanece em sua iniciativa de paz israelo-palestina."

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Pressionado, o premiê israelense teve de divulgar um raro comunicado oficial na tentativa de explicar o disse-me-disse: "O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu atualizou os americanos sobre as iniciativas criadas no Knesset [Parlamento israelense], e os americanos expressaram sua posição inequívoca de que estão empenhados em promover o plano de paz do presidente Trump".

Trata-se da primeira grande crise entre Netanyahu e Trump, que pareciam desfrutar de uma lua de mel desde a posse do americano, em janeiro de 2017 --e que teve como ponto alto o reconhecimento de Washington a Jerusalém como capital de Israel.

Na sexta (9), Trump deu uma entrevista o jornal pró-Netanyahu "Israel Hoje" na qual afirmou que os palestinos "não estão em busca de fazer paz, neste momento".

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Mas também disse não estar "necessariamente certo" de que Israel esteja genuinamente procurando um acordo de paz. Trump afirmou que os assentamentos "são algo que complicam muito e sempre complicaram alcançar a paz": "Acho que Israel tem de ter muito cuidado com os assentamentos".

ABBAS

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A declaração de Netanyahu coincidiu com encontro em Moscou de Mahmoud Abbas com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo a agência Interfax, Abbas disse a Putin que não pode mais aceitar a mediação dos EUA nas negociações com Israel.

"Recusamo-nos a cooperar de qualquer forma com os EUA em seu status de mediador, pois somos contrários a suas ações", disse Abbas. O palestino afirmou ainda que gostaria de ver a criação de um novo mecanismo de mediação para substituir o Quarteto, que reúne EUA, Rússia, União Europeia e ONU.

Putin ligou para Trump nesta segunda para discutir a questão israelo-palestina, mas o teor da conversa não foi divulgado.

O comentário de Netanyahu coincide ainda com o espancamento de dois soldados israelenses que entraram por engano na cidade palestina de Jenin por orientação do aplicativo de navegação Waze. Os militares foram resgatados por policiais palestinos.

Mas a comoção nacional após a divulgação de vídeos mostrando a soldada aos berros elevou ainda mais a tensão, já em alta com a queda de um avião israelense na fronteira com a Síria e o assassinato de um rabino que esperava um ônibus perto do assentamento de Ariel, dia 5.

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