SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma corte da Turquia sentenciou nesta quarta-feira (7) 64 oficiais militares e recrutas da academia militar à prisão perpétua pela tentativa fracassada de golpe em 2016, afirmou a agência estatal Anadolu. No mesmo dia, autoridades turcas afirmaram ter cumprido os requisitos da União Europeia para garantir a isenção de visto para cidadãos turcos no bloco.
Segundo a Anadolu, quatro réus receberam a chamada "prisão perpétua agravada", que aumenta o tempo mínimo para qualificação para condicional. Eles foram considerados culpados de tentar derrubar a ordem constitucional. Outros cem réus foram absolvidos.
Mais de 240 pessoas, a maioria civis desarmados, foram mortas na noite de 15 julho de 2016, quando soldados dissidentes comandaram tanques e aviões de guerra em uma tentativa de derrubar o presidente Recep Tayyip Erdogan.
Desde então, Erdogan embarcou em uma campanha de repressão, prendendo mais de 50 mil pessoas e despedindo ou suspendendo outras 150 mil. No expurgo, a Turquia fechou todas as suas academias militares, antes vistas como um dos pilares do Estado secular.
O escopo da campanha alarmou aliados europeus de Erdogan e grupos de direitos humanos, que temem que o presidente turco esteja usando o golpe como um pretexto para anular a dissidência.
VISTOS
Ibrahim Kalin, porta-voz de Erdogan, afirmou que a Turquia cumpriu todos os 72 requisitos impostos pela UE para garantir a isenção de vistos para seus cidadãos.
A Turquia disse esperar que a isenção seja implementada em 2018. O tema foi item central em um acordo de 2016 que visou a barrar o fluxo de dezenas de milhares de imigrantes para a Europa.
A Comissão Europeia, que verifica o cumprimento dos requisitos, confirmou que o embaixador turco "entregou um papel sobre os requisitos remanescentes para liberalização de visto" durante encontro com o vice-presidente Frans Timmermans.
"A comissão irá agora estudar o papel cuidadosamente", disse a porta-voz, alertando que alguns requisitos exigiam "mudanças legislativas e de procedimento".
A UE exigia que a Turquia mudasse a definição de "crime terrorista" para garantir que as leis não fossem usadas para atacar jornalistas e o meio acadêmico.
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