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Merkel chega a acordo para coalizão meses após eleição

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Mais de quatro meses após as eleições, a chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a um acordo para formar uma coalizão. A parceria será travada entre seu partido CDU (União Democrata-Cristã) e o rival SPD (Partido

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.02.2018, 21:15:00 Editado em 07.02.2018, 21:15:10
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Mais de quatro meses após as eleições, a chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a um acordo para formar uma coalizão. A parceria será travada entre seu partido CDU (União Democrata-Cristã) e o rival SPD (Partido Social-Democrata). Participará ainda a CSU (União Social-Cristã), aliada de Merkel na Baviera.

O acordo foi noticiado pela imprensa local e em seguida a liderança do SPD confirmou os avanços em uma mensagem enviada a seus membros via Whatsapp: "Cansados, mas satisfeitos". As negociações se arrastaram noite adentro, após uma maratona de conversas entre os representantes dos partidos.

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O acordo -em que Merkel fez importantes concessões- é um importante passo rumo à formação de um governo na maior economia europeia, após uma espera considerada longa demais por outros dos líderes do continente.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afinal depende de Berlim para implementar as reformas que prometeu à União Europeia.

A última etapa para haver um novo governo na Alemanha deve ser a aprovação da parceria pelos mais de 460 mil membros do SPD, que votam por correio nas próximas semanas.

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Se receber o aval, o novo governo pode ser inaugurado até abril. No meio-tempo, o gabinete atual segue com plenos poderes, sem restrições.

CDU e SPD governam juntos desde 2013, mas a aliança incomodou parte do eleitorado social-democrata, contribuindo para seu resultado ruim no pleito de 24 de setembro -o pior desde a Segunda Guerra (1939-1945).

O SPD teve 20,5% dos votos, contra 32,9% da CDU. O partido de direita nacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha) recebeu 12,6%.

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Com um acordo entre CDU e SPD, a AfD será o principal partido da oposição, um cenário que preocupa parte do país. A ala jovem do SPD chegou a pedir o boicote da coalizão para garantir que os social-democratas fossem a maior sigla de oposição no Parlamento.

O acordo entre CDU, CSU e SPD provavelmente significa que Merkel continuará no cargo de chanceler. Sua permanência era dada como certa até as eleições, mas as duras negociações danificaram a sua reputação. Ela governa a Alemanha há 12 anos.

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O custo para o tratado pode ter sido alto: diversos cargos de alto escalão do governo devem ficar com o SPD.

O líder social-democrata, Martin Schulz, deve ser ministro das Relações Exteriores, por exemplo, e o partido acumulará também as pastas das Finanças e do Trabalho.

A CDU, por sua vez, manterá Defesa, Economia e a própria chancelaria, enquanto a CSU ficará com o Interior. "Foi um processo doloroso", disse Merkel na terça-feira (6). Já Schulz afirmou que o acordo marca "uma mudança fundamental de direção na Europa".

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RISCO CALCULADO

"A CDU não gostaria de ter cedido tanto, e seguramente deu mais do que queria", disse à Folha Patricia Hogwood, especialista em política europeia na Universidade de Westminster (Reino Unido).

"Mas foi um risco calculado e é menor do que parece. Se olharmos para as políticas descritas no acordo, veremos que a CDU conseguiu impôr a maior parte de suas preferências."

Os partidos negociaram, além dos ministérios, a plataforma política dos próximos anos. Eles concordaram em endurecer o controle à exportação de armas, por exemplo, excluindo países compradores que participam da guerra no Iêmen, como a Arábia Saudita.

CDU e SPD também se comprometeram a limitar a mil o número de refugiados entrando por mês na Alemanha para se reunir com familiares. Esse foi um dos pontos duros das negociações, assim como a proibição de um pesticida considerado danoso à população de insetos na Europa ""essa última medida era uma reivindicação dos social-democratas.

Um dos fios condutores da política acordada entre CDU, CSU e SPD é fortalecer a Europa, em uma parceria com a vizinha França.

O tom pró-Europa explica a aparente nomeação do social-democrata Schulz para ministro das Relações Exteriores, e há relação também com o fato de que a SPD acumulou a pasta das Finanças ""uma posição fundamental nas negociações com os aliados europeus.

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