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SALVADOR NOGUEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O lançamento do foguete Falcon Heavy aconteceu exatamente como manda o figurino no começo da noite desta terça (6), e o primeiro carro a ir ao espaço já está em sua jornada interplanetária. Se a notícia soa e

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.02.2018, 21:00:00 Editado em 06.02.2018, 21:00:09
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SALVADOR NOGUEIRA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O lançamento do foguete Falcon Heavy aconteceu exatamente como manda o figurino no começo da noite desta terça (6), e o primeiro carro a ir ao espaço já está em sua jornada interplanetária.

Se a notícia soa estranha, é porque nada parece mesmo muito normal quando o assunto é a SpaceX, empresa que está revolucionando a indústria de foguetes.

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Quem esteve em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), para ver o lançamento testemunhou algo que há muito não se via e, de quebra, algumas coisas que nunca antes se viu antes na história.

O evento foi visto por milhões de pessoas na internet e derrubou o site da empresa.

O palco principal foi a plataforma 39A, do Centro Espacial Kennedy, da Nasa, a agência espacial dos EUA. De lá, desde 1973 não subia um lançador com capacidade comparável à do Falcon Heavy.

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O único a batê-lo em poder de inserção orbital em toda a história do programa espacial americano foi o Saturn V, que levou o homem à Lua nos anos 1960 e 1970.

Uma diferença fundamental separa os dois lançadores, contudo: enquanto o venerável foguete projetado por Wernher von Braun para bater os soviéticos na corrida espacial do século passado foi financiado por um brutal aporte de recursos governamentais -a Nasa então consumia cerca de 5% de todo o orçamento federal-, o Falcon Heavy foi desenvolvido pela SpaceX com dinheiro privado, e seu custo é uma fração do que consumia seu predecessor.

A diferença poderia ser um sinal dos tempos, mas não é só a evolução tecnológica que explica a mudança. Atualmente, a mesma Nasa desenvolve um foguete de alta capacidade similar ao Saturn V, o SLS, e seu custo estimado é de cinco a dez vezes maior que o do Falcon Heavy.

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Enquanto um lançamento do novo foguete da SpaceX pode sair por US$ 90 milhões (custo mínimo), um SLS (ainda sem preço definido) está mais perto de US$ 1 bilhão.

Essa é a medida do quanto a SpaceX está mudando a noção do custo de acesso ao espaço e incomodando a concorrência, nos EUA e fora dele. De onde vem a diferença? A palavra-chave é inovação, e é o que explica os eventos testemunhados nesta terça na Flórida.

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MUDANDO AS REGRAS

O Falcon Heavy tem três propulsores no primeiro estágio e um no segundo. Todos são baseados nos sistemas desenvolvidos para o Falcon 9, o foguete "velho de guerra" da SpaceX. Na verdade, a melhor definição para o primeiro estágio dele seria a de três primeiros estágios do Falcon 9 amarrados.

Pois bem, esses propulsores não só sobem ao espaço com uma potência incrível como retornam e pousam suavemente após cumprirem sua missão.

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Com isso, podem ser reutilizados, algo que inverte completamente a lógica de como transporte espacial tem sido feito até hoje, e o aproxima mais de outras modalidades de transporte criadas pelo ser humano. Ninguém joga fora um helicóptero depois de um único voo. O mesmo se aplica a um avião. Por que jogariam fora um foguete após um único voo?

Musk estava determinado a provar que era possível recuperar as partes do lançador descartadas durante a subida e reutilizá-las. Isso está mais que provado a essa altura.

Por sinal, os dois propulsores laterais do Falcon Heavy vieram de missões anteriores do Falcon 9. Fizeram duas viagens ao espaço, portanto, a segunda nesta terça. E pousaram suavemente, ao mesmo tempo, em plataformas em solo. Feito inédito.

O propulsor central do primeiro estágio desceu numa balsa no oceano, mas até o fechamento desta edição não se sabe se num pouso suave ou num evento que Musk costuma descrever como RUD, sigla para "Rapid Unscheduled Disassembly", ou "Desmontagem Rápida Não Agendada".

De toda forma, o segundo estágio já confirmou os dois disparos necessários para colocar numa órbita alta ao redor da Terra. Uma terceira queima, marcada para a 1h de quarta-feira, colocaria o carro Tesla Roadster de Elon Musk e um boneco chamado Starman, em homenagem à música de David Bowie, a caminho de uma trajetória interplanetária na direção da órbita de Marte.

Depois do lançamento, a SpaceX ficou transmitindo imagens ao vivo pelo YouTube do veículo cor cereja girando pacificamente ao redor da Terra --que acabou de ficar um pouquinho menor e menos isolada no Universo depois deste lançamento.

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