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Superlotado, paraíso do litoral norte de SP vira pesadelo de turistas

REGINALDO PUPO UBATUBA, SP (FOLHAPRESS) - Águas límpidas e cristalinas, areia fofa, vegetação exuberante, tranquilidade e contato com a natureza. O que era para ser um lugar bucólico no litoral norte de São Paulo se tornou nos últimos dois anos em um pesa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.02.2018, 17:35:00 Editado em 04.02.2018, 17:35:09
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REGINALDO PUPO

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UBATUBA, SP (FOLHAPRESS) - Águas límpidas e cristalinas, areia fofa, vegetação exuberante, tranquilidade e contato com a natureza.

O que era para ser um lugar bucólico no litoral norte de São Paulo se tornou nos últimos dois anos em um pesadelo para os turistas que frequentam a Ilha das Couves, em Ubatuba.

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Há duas pequenas faixas de areia a praia da Terra e a praia de Fora (conhecida também por Japonês), com respectivamente, 100 metros e 250 metros de extensão.

Apesar do pouco espaço de areia, a ilha vem recebendo até 5.000 pessoas por final de semana, estima a prefeitura.

Sem sanitários ou outra infraestrutura, exceto por um quiosque em uma das praias, os turistas fazem do mar e das trilhas seus banheiros, dizem guias de turismo. Apesar da lotação, não há salva-vidas.

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A reportagem constatou que caixas acústicas e térmicas, toalhas, esteiras, fraldas descartáveis usadas e muito lixo fazem parte do cenário, antes praticamente deserto.

O som de pássaros deu lugar às conversas de quem disputa cada centímetro de areia. "Aqui está parecendo Mongaguá", dizia um casal, que estava na praia da Terra.

A ilha fica a dez minutos de barco a partir da praia de Picinguaba, em Ubatuba.

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Os passeios são realizados por agências de turismo e pescadores da Associação dos Barqueiros e Pescadores da Comunidade Tradicional de Picinguaba.

Ao final do dia, os barqueiros, que veem uma oportunidade de renda extra, retiram por conta própria o lixo deixado pelos turistas, já que não há lixeiras.

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A auxiliar de administração Ana Paula Miguel Moreno, 28, saiu de Taboão da Serra (SP), de van, para visitar a ilha. "Acho que deveria haver mais controle", disse ela, que decidiu viajar após ver fotos da ilha vazia na internet.

Eu me assustei quando cheguei aqui. Não imaginava que haveria tanta gente.

TRANSTORNOS

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Os transtornos afetam ainda os moradores da vila de pescadores em Picinguaba, de onde partem os barcos.

Uma estreita estrada de 4 km de extensão é a única ligação por terra entre a rodovia Rio-Santos e a localidade.

Muitos veículos ficam estacionados ao longo da via. Picadas no mato foram abertas recentemente para servir de estacionamento. Já na vila, os motoristas estacionam na areia da praia.

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"Até dois anos atrás, a ilha era tranquila. Mas a partir do ano passado, após vários vídeos viralizarem na internet, o lugar foi descoberto e hoje o que vemos é isso, um turismo totalmente descontrolado e predatório", lamenta a guia Moara Sanchez, 21, da Associação Coaquira de Guia de Turismo, Monitor e Condutor de Ubatuba.

Segundo ela, antes era comum ver espécies marinhas como raia pintada, cavalo-marinho, estrelas do mar, corais, garoupas e moreias. "Com a multidão no mar, agora sumiu tudo."

CONTROLE

O turismo fora de controle motivou o Ministério Público Federal a liderar um conjunto de ações para tentar regularizar a exploração turística da ilha, que é um bem da União inserida nos limites da APA (Área de Proteção Ambiental) Marinha Litoral Norte. O órgão sugeriu aos pescadores o transporte de até 600 visitantes por dia.

O limite, porém, não vem sendo respeitado, segundo associação dos barqueiros.

No último dia 6, a reportagem contabilizou oito escunas desembarcando turistas ?em cada uma cabem de 80 a 120 pessoas.

Uma força-tarefa entre o Ministério Público Federal, Prefeitura de Ubatuba, Ibama, Parque Estadual da Serra do Mar e APA Marinha está realizando estudos técnicos de capacidade e suporte de visitação diária.

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