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Vírus primos da zika também causam má-formações em fetos de roedores

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil já não registra mais surtos de microcefalia e zika, mas as chances de o país ter novas epidemias são reais e, para piorar, os vírus primos da zika também podem causar má-formação em fetos, segundo indica um novo estud

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.01.2018, 18:50:00 Editado em 31.01.2018, 18:50:16
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil já não registra mais surtos de microcefalia e zika, mas as chances de o país ter novas epidemias são reais e, para piorar, os vírus primos da zika também podem causar má-formação em fetos, segundo indica um novo estudo.

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Os cientistas, a maior parte deles da Universidade de Washington, nos EUA, estudaram o impacto das infecções pelos flavivírus (mesmo gênero da zika ) da febre do Nilo ocidental (causada pelo vírus do oeste do Nilo) e do vírus powassan.

Além disso, concentraram-se também na chickungunya e no vírus mayaro (os dois são alphavírus).

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Em testes com camundongos, todas as arboviroses –ou seja, doenças que podem ser transmitidas por insetos– analisadas provocaram, em algum grau, infecções fetais.

As complicações mais graves, como má-formação e até morte dos fetos, foram encontradas somente nos vírus do oeste do Nilo –cujo ciclo é entre os mosquitos Culex e pássaros, com humanos como hospedeiros eventuais– e no powassan –com ciclo entre o mosquito Ixodes e roedores, e também com pessoas como possíveis hospedeiros acidentais.

A infecção por esses flavivírus, contudo, foi considerada pelos pesquisadores como menos grave do que o documentado até o momento na zika.

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Para garantir que a má-formação não fosse exclusiva nos roedores, os cientistas também fizeram testes in vitro com tecidos humanos. O resultado foi semelhante ao encontrado nos camundongos, com uma replicação viral eficiente.

Segundo os pesquisadores, "é provável que infecções por flavivirus resultem em complicações na gravidez e má-formações congênitas mais frequentemente do que o imaginado."

Já nos casos da chickungunya e do vírus mayaro, a replicação viral, mesmo ocorrendo, foi muito menos eficiente nos tecidos humanos.

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O fato de não haver relatos e dados sobre possíveis más-formações associadas ao vírus do oeste do Nilo e ao vírus powassan poderia ser explicado, segundo os cientistas, por falta de cuidados médicos adequados.

"Esses casos podem passar despercebidos por conta de precários cuidados pré-natais disponíveis para mulheres em várias regiões do mundo afetadas por surtos de flavivirus", afirmaram os pesquisadores.

Contudo, deve-se ver com cuidados os resultados encontrados, considerando que, além de serem testes in vitro –ou seja, não se sabe realmente o que acontece a mulheres grávidas infectadas–, o material utilizado era proveniente de poucas pessoas, o que traz uma limitação quanto à idade gestacional e variabilidade genética das amostras.

A pesquisa foi publicado na tarde desta quarta (31) na revista científica "Science Translational Medicine".

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