SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A norte-americana Marin Alsop, atual regente titular da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), assumirá a direção artística da Orquestra Sinfônica de Viena, uma das mais renomadas do mundo.
Ela será a primeira mulher a assumir o cargo. Sua gestão começará em setembro de 2019. Até lá, ela continuará atuando com a orquestra brasileira.
"Estou honrada em ser a primeira", disse Alsop ao jornal britânico "The Guardian", "mas também estou chocada que podemos estar neste ano, neste século, e ainda existir 'primeiras vezes' para mulheres".
A contratação de Alsop é anunciada em um momento em que o universo da música clássica, assim como outras partes da indústria cultural, é atingido pelo movimento #MeToo, contra casos de assédio sexual.
Denúncias de abuso levaram à suspensão de James Levine, regente do Metropolitan Opera de Nova York, e à demissão de Charles Dutoit, regente da Orquestra Filarmônica Real de Londres.
Ao jornal britânico, Alsop disse acreditar que o movimento "é um grande passo adiante", mas que se "preocupa com os perigos de que seja apenas fogo de palha".
"Acho que também devemos estar mundo afora sendo proativas, criando oportunidades para mulheres terem a experiência e visibilidade que precisam. E isso se aplica a mulheres em todos os campos, de todas as cores, formas, tamanhos, idade, para que isso possa se reverter em um movimento positivo que seja capaz de educar mulheres e homens sobre como podemos caminhar adiante em temos de igualdade", completou.
Nascida em Nova York, Alsop estudou com o maestro americano Leonard Bernstein e tornou-se a primeira mulher a assumir uma grande orquestra nos Estados Unidos, a Sinfônica de Baltimore, em 2007.
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