SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - "Para continuar a negociação de paz se exige um mínimo de coerência. Ao mesmo tempo, minha paciência e a do povo colombiano têm limites."
Com essas palavras, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, suspendeu, nesta segunda-feira (29), o quinto ciclo de negociações que iriam recomeçar nesta semana, em Quito, no Equador, entre o Estado colombiano e o ELN (Exército de Libertação Nacional).
O anúncio foi feito depois que a guerrilha assumiu a autoria de um atentado contra uma delegacia de polícia, em Barranquilla, que matou cinco policiais.
O presidente deu as declarações depois de reunir-se com Gustavo Bell, chefe da equipe negociadora do governo.
As negociações já se encontravam suspendidas depois que o ELN, assim que terminou um cessar-fogo, no começo do ano, provocou um atentado contra um oleoduto, matando uma pessoa.
A expectativa, porém, era que esse episódio fosse superado com a retomada do diálogo nos próximos dias.
Santos acrescentou que as ações recentes do grupo guerrilheiro o obrigava a assumir a "doutrina Rabin", na qual "se combate o terrorismo com toda a contundência como se não houvesse negociação de paz e se negocia como se não houvesse terrorismo."
Ele acrescentou que a quinta rodada das conversas apenas seria reiniciada quando o ELN desse mostras "à sociedade colombiana e à comunidade internacional de sua vontade de atingir um acordo".
Santos terminou dizendo que o Exército seguiria cumprindo "seus deveres constitucionais de combater a guerrilha com toda a determinação".
Desde a desmobilização das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o ELN é hoje a principal guerrilha em atividade na Colômbia, com cerca de 1.500 guerrilheiros.
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