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A duas semanas do Carnaval, ingressos para desfiles do Rio estão encalhados

LUIZA FRANCO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Pelo andar da carruagem, a arquibancada da Marquês de Sapucaí pode estar cheia de espaços vazios nas noites dos desfiles de Carnaval. A duas semanas da festa, ainda há muitos ingressos à venda. O coordenador

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.01.2018, 16:30:00 Editado em 26.01.2018, 16:30:04
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LUIZA FRANCO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Pelo andar da carruagem, a arquibancada da Marquês de Sapucaí pode estar cheia de espaços vazios nas noites dos desfiles de Carnaval. A duas semanas da festa, ainda há muitos ingressos à venda.

O coordenador de vendas da Liga Independente das Escolas de Samba, Heron Schneider, reconhece que a demanda está historicamente baixa. "Este será, com certeza, o ano mais difícil. Em 2017, a duas semanas, as vendas estavam pelo menos 20% mais avançadas", diz ele.

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Apenas as cadeiras, que são os ingressos mais baratos da Sapucaí, a R$ 190, estão esgotadas.

Nas arquibancadas, estão disponíveis lugares em nove dos 11 setores. Os preços vão de R$ 220 a R$ 320. Apenas os mais baratos, de R$ 140 a R$ 220, foram vendidos.

Nas frisas, que são boxes descobertos com entrada privativa, ainda há cerca de 80 ingressos por dia disponíveis, de um total de 2.200 por dia.

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Também há três camarotes disponíveis, cujos preços vão de R$ 42 mil a R$ 78 mil.

Schneider acha que são dois fatores os principais culpados pelos ingressos micados: a data do Carnaval e a crise.

"O Carnaval caiu muito cedo neste ano. As pessoas só começam a pensar em Carnaval depois de Natal e Ano Novo, em janeiro. Elas precisam de mais tempo para se animar, para programar viagens", palpita.

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"Também não podemos ignorar a situação em que está o Rio de Janeiro. Se a pessoa está sem dinheiro, no que ela vai gastar antes, farmácia, plano de saúde, ou Carnaval?" acrescenta.

As escolas também têm tido dificuldade para vender fantasias para as alas comerciais, como são chamados os setores em que se paga para desfilar, diferentemente do que acontece nas alas de comunidade, onde a escola banca a indumentária do componente.

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Nas alas comerciais, os preços das fantasias são de algumas centenas de reais a milhares. A duas semanas da festa, Salgueiro e Mangueira, por exemplo, ainda têm fantasias no armário.

O Rio de fato enfrenta grave crise de empregos e de caixa. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta sexta-feira (26), mostram que, em 2017, o Rio de Janeiro foi o Estado que mais fechou vagas com carteira assinada (- 92,1 mil). Além disso, servidores públicos estão recebendo salário atrasado.

Mas quem acompanha Carnaval aponta outros motivos para a baixa demanda. Para Rachel Valença, historiadora de samba e ex-vice presidente da Império Serrano, a falta de procura reflete a falta de interesse da população pelo Carnaval de avenida.

"As escolas de samba se voltaram para agradar um público que não é o dela e estão perdendo o povão. Hoje os ensaios são pagos, têm atrações que não têm nada a ver com samba, os ingressos para entrar na Sapucaí são caros demais para a maior parte da população. Tudo que diz respeito às escolas de samba se tornou caro e difícil. Ganhar, faturar, lucrar são as únicas preocupações."

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