MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Pouca chuva põe Cantareira perto do alerta

FABRÍCIO LOBEL SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) dar como encerrada a crise hídrica que castigou São Paulo entre 2014 e 2015, a situação das represas que abastem a região metropolitana, em especial as do sistema Cantareira,

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.01.2018, 06:05:00 Editado em 23.01.2018, 06:05:10
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

FABRÍCIO LOBEL

continua após publicidade

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) dar como encerrada a crise hídrica que castigou São Paulo entre 2014 e 2015, a situação das represas que abastem a região metropolitana, em especial as do sistema Cantareira, volta a ser motivo de atenção.

O maior manancial da Grande SP recebeu chuvas 20% abaixo da média nos últimos meses, está com 46,6% de sua capacidade (sem considerar a reserva do chamado volume morto) e já tem a retirada de água controlada por agências estaduais e federais.

continua após publicidade

O nível atual é classificado por órgãos reguladores como "estado de atenção" e se aproxima do "alerta" -que impõe mais restrições de retirada de água das represas e que é acionado quando há um patamar abaixo de 40%.

O Cantareira já teve suas represas, em 2011, com 96,4% da capacidade nesta época do ano -que é marcada pelas chuvas, quando se faz um "colchão" para a estiagem. No ano passado havia 55,2%.

O cenário atual, no entanto, ainda está distante do auge da crise, quando ficou abaixo de zero -sendo preciso retirar água do volume morto.

continua após publicidade

Oficialmente, a Sabesp (estatal paulista de abastecimento) diz não haver motivo para preocupação (leia nesta pág.).

Diante do cenário atual, porém, a gestão Alckmin viu esquentar novamente a discussão pela divisão por água do Cantareira entre as regiões de São Paulo e Campinas.

CONSUMO

continua após publicidade

O Cantareira é um conjunto de represas que ficam ao norte da capital e que abastecem milhões de pessoas na cidade de São Paulo, principalmente nas zonas norte, leste, oeste e centro.

A luz amarela se acendeu após a lenta retomada do padrão de consumo de água e das chuva que, no último ano, têm vindo abaixo da média sobre as represas.

continua após publicidade

Antes da crise, a Grande SP consumia em média 71 mil litros de água por segundo. Com a piora da crise hídrica, esse patamar baixou para 50 mil litros. Depois da recuperação do nível das represas, do fim da política de descontos para quem economiza água e de restrições de acesso, ele já está em torno de 62 mil litros por segundo.

Mas a principal razão para preocupação está no fraco volume de chuvas no Cantareira nesta temporada úmida (entre outubro e março).

Desde outubro, as chuvas têm sido 20% pior do que a média dos últimos anos. Antes de outubro, os meses de tempo seco de 2017 tiveram desempenho semelhante, ficando abaixo da média.

continua após publicidade

O início da crise hídrica de 2014 se deu às vésperas de uma eleição. Naquela ocasião, Alckmin tentava se reeleger ao governo de São Paulo e foi criticado por especialistas pela demora em informar a população sobre a gravidade da escassez dos reservatórios.

Neste ano, Alckmin tenta se candidatar à Presidência da República pelo PSDB.

DISPUTA

continua após publicidade

O nível do Cantareira suscitou no início deste mês uma discussão entre integrantes do PCJ (comitê para recursos hídricos que representa prefeituras e entidades civis da região de Campinas) e a Sabesp.

A água do Cantareira é dividida para abastecer a Grande SP e a Grande Campinas.

continua após publicidade

O PCJ divulgou uma nota em que alertava a população sobre a possibilidade de uma nova crise hídrica no Estado.

O comitê citava preocupação diante do fenômeno climático La Niña, que pode deixar a região Sudeste mais seca, e alertava sobre a necessidade de investimentos em segurança hídrica em SP.

Após a declaração, ao ser questionada, a Sabesp disse que a área do PCJ poderia ter economizado mais água ao longo do ano passado.

Segundo a empresa, a quantidade de água solicitada pelo PCJ no período seco soma 92 bilhões de litros de água do Cantareira a mais do que a quantidade mínima autorizada. Ou seja, a Sabesp diz que parte do montante (que representa cerca de 10% do sistema) poderia ter sido usado com mais "parcimônia".

O PCJ, em resposta à companhia, disse que nunca pediu além do autorizado pela regulação. O secretário executivo do comitê, Francisco Lahóz, amenizou, à Folha, um atrito entre as instituições.

"Nós não fomos alarmistas, estamos apenas alertando a população de que devemos estar preparados. Nós já fomos apanhados de surpresa uma vez, isso não pode ocorrer novamente", argumenta.

A região de Campinas espera ainda a entrega de duas represas para que finalmente a área consiga represar a água de seus rios. Prometida desde 1992, a construção das represas de Pedreiras e Camanducaia foi assumida por Alckmin em 2015, ao custo de R$ 760 milhões. O governo diz que hoje as obras estão em estágio de licitação.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Pouca chuva põe Cantareira perto do alerta"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!