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Com ágio de 185%, CCR vence concessão de linhas de metrô em SP

FABRÍCIO LOBEL E TAÍS HIRATA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após uma disputa judicial que quase suspendeu a realização do leilão das linhas 5-lilás e 17-ouro do metrô, a CCR saiu vencedora da licitação, com uma proposta que excedeu em 185% a outorga fixa mí

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.01.2018, 14:15:00 Editado em 19.01.2018, 14:15:09
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FABRÍCIO LOBEL E TAÍS HIRATA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após uma disputa judicial que quase suspendeu a realização do leilão das linhas 5-lilás e 17-ouro do metrô, a CCR saiu vencedora da licitação, com uma proposta que excedeu em 185% a outorga fixa mínima exigida.

O certame foi realizado na manhã desta sexta-feira (19), e contou com a presença do governador e possível candidato à presidência Geraldo Alckmin.

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"Esperamos ganhos de eficiência e qualidade de serviço para a população. Às vezes na vida pública, entre o falar e o fazer há um abismo. Em São Paulo não", disse.

O lance vencedor foi de R$ 553,88 milhões –bastante acima da outorga fixa mínima de R$ 194,3 milhões e da proposta concorrente, de R$ 388,5 milhões.

Além da outorga fixa, o grupo terá de pagar 1% de sua receita bruta mensal.

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O consórcio ganhador é composto pela CCR (com 83% de participação) e pelo grupo Ruas Invest, que já atua no setor de mobilidade com três operações –entre elas, a linha 4-amarela e a linha 6-laranja do metrô de São Paulo.

A nova concessão da CCR se soma a outras seis no Estado: a Viaquatro, a Autoban, a Viaoeste, a Novadutra, a Spvias e o trecho oeste do Rodoanel.

"[O resultado] mostra que a concessão é o caminho adequado para suprir a necessidade de investimentos do Estado", disse Leonardo Vianna, presidente da CCR Mobilidade.

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O grupo derrotou a proposta do consórcio liderado pela CS Brasil, do grupo JSL, que se associou à coreana Seul Metrô.

A CS Brasil, que detinha 99% do consórcio, atua no setor de mobilidade com operações municipais em cidades de menor porte, como Guararema e Mogi.

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POLÊMICA

A realização do leilão foi confirmada só na noite de quinta (18), quando a Justiça de São Paulo derrubou a liminar que havia suspendido a realização do certame.

A decisão provisória, que atendia a um pedido dos vereadores paulistanos Sâmia Bomfim e Toninho Vespoli (ambos do Psol), criticava a obrigação contratual do governo estadual em compensar eventuais perdas de receita caso o número de passageiros não chegue ao planejado.

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Além disso, a privatização das linhas sofre forte oposição do sindicato dos metroviários, que realizou uma paralisação na quinta (18) e um protesto na porta da B3, nesta sexta, durante o leilão.

Na última semana, os metroviários chegaram a dizer que têm fortes indícios que a CCR, empresa que já opera a linha 4-amarela, ganharia a licitação. Metrô e a CCR negam as acusações de direcionamento.

Para o sócio do escritório Azevedo Sette, Frederico Bopp Dieterich, o baixo número de concorrentes está ligado à complexidade dos projetos e à crise das empreiteiras envolvidas na Lava Jato. "Há cinco anos, seriam empresas que participariam da concorrência."

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Além disso, os atrasos de obras do metrô por parte do governo estadual sinalizam aos investidores que os cronogramas prometidos não se cumprirão. Apesar de o contrato ter mecanismos de compensação em caso de atraso, isso gera insegurança e tira previsibilidade do projeto, afirma Marcos Ganut, sócio da consultoria Alvarez & Marsal.

Outro ponto que reduziu o interesse pelo leilão é a própria modelagem, já que a linha 5-lilás, considerada mais atrativa, foi licitada junto à 17-ouro –linha cuja viabilidade financeira é questionada por analistas.

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AS LINHAS

Em construção desde 2012, a linha 17-ouro tinha previsão iniciar de ficar pronta em 2014, para a Copa. Mas, após vários atrasos, deverá ser entregue até 2019. Ela sai do aeroporto de Congonhas e seguirá até a estação Morumbi, da CPTM, na marginal Pinheiros.

Uma segunda etapa de construção da linha estava prevista até o bairro do Morumbi, passando por Paraisópolis. Mas o governo do Estado, diante da dificuldade de tocar o empreendimento e até o abandono da obra por parte de uma das empreiteiras contratadas, decidiu reduzir o percurso da linha.

A mudança no trajeto acabou derrubando a projeção de rentabilidade da linha. Ou seja, sem atender áreas muito populosas como Paraisópolis, a linha perdeu a capacidade de atrair grande parte do público que pagaria pela operação do sistema.

Já a linha 5-lilás, que parte da estação Capão Redondo e vai até a estação Brooklin (ambas na zona sul), é atualmente gerida pelo próprio Metrô, e está em expansão.

O trajeto deverá chegar até a estação Chácara Klabin, onde conectará com a linha 2-Verde. No caminho, ela ainda fará conexão com a linha 1-azul e 17-ouro.

As obras de expansão da linha chegaram a ser suspensas em 2010 após a Folha de S.Paulo revelar que os vencedores dos lotes de construção da linha já eram conhecidos seis meses antes da licitação. O caso segue na Justiça, mas mesmo assim, Alckmin decidiu avançar com a obra firmando o contrato com as mesmas empresas.

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