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Abuso e assédio sexual são frequentes em escritórios da ONU, diz jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Casos de assédio e abuso sexual são frequentes em escritórios das Nações Unidas ao redor do mundo, em um ambiente em que os agressores se beneficiam de impunidade e os agredidos são ignorados, aponta investigação jornalística

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.01.2018, 23:10:00 Editado em 18.01.2018, 23:10:11
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Casos de assédio e abuso sexual são frequentes em escritórios das Nações Unidas ao redor do mundo, em um ambiente em que os agressores se beneficiam de impunidade e os agredidos são ignorados, aponta investigação jornalística do diário britânico "The Guardian".

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O jornal ouviu dezenas de atuais e antigos funcionários do ONU em mais de dez países, que descreveram uma cultura de silêncio e um sistema interno de reclamações que não favorece as vítimas.

Quinze dos funcionários ouvidos sob condição de anonimato pelo jornal disseram ter sido vítimas de abusos nos últimos cinco anos, com acusações que vão de assédio verbal a estupro. Sete mulheres chegaram a denunciar as agressões sofridas.

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Três mulheres que denunciaram assédio ou ataque sexual, de diferentes escritórios, disseram ter sido forçadas a deixar o emprego ou ameaçadas com o fim do contrato no ano passado. Os supostos agressores, que incluem um alto funcionário do organismo, permanecem nos cargos.

"Se você denuncia, sua carreira está acabada, especialmente se você é um consultor" (funcionário associado, geralmente com contrato temporário), afirmou uma consultora que disse ter sido assediada por seu superior no Programa Mundial de Alimentos. "É algo implícito."

Uma mulher que disse ter sido estuprada por um superior enquanto trabalhava em uma zona remota afirmou: "Não há outras opções para obter justiça, e ainda perdi meu emprego".

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Apesar de haver evidências médicas e testemunhas, uma investigação interna da ONU apontou insuficiência de provas para apoiar sua denúncia. Além de ter perdido o emprego, ela disse ter perdido o visto e ter passado meses em um hospital devido ao estresse e ao trauma. Ela diz ainda temer retaliação se retornar ao seu país.

Várias vítimas ouvidas pelo "Guardian" disseram ter sido desestimuladas pela ouvidoria interna e por colegas a denunciar a agressão sofrida.

Quatro pessoas disseram não ter obtido atenção médica e psicológica adequada. Uma afirmou ter recebido aconselhamento psicológico a vítimas de estupro seis semanas após o ocorrido.

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Em nota, a ONU prometeu "trabalhar no fortalecimento da nossa capacidade de investigar denúncias e apoiar vítimas". A nota diz ainda que o secretário-geral, António Guterres, apontou um defensor de direitos das vítimas e estabeleceu uma força-tarefa sobre assédio sexual.

Há anos a ONU é criticada por não investigar denúncias de abuso e exploração sexual por suas forças de paz contra a população de países onde atua, como Haiti e República Centro-Africana. Ativistas denunciam uma cultura de impunidade, com vítimas silenciadas e agressores que sob imunidade diplomática.

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