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Com greve, linhas de metrô em SP têm operação parcial; rodízio é suspenso

MARTHA ALVES, MARIANA ZYLBERKAN E ARTHUR RODRIGUES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os usuários do metrô de São Paulo amanheceram nesta quinta-feira (18) sem o serviço devido a greve da categoria contra a privatização das linhas 5-lilás e 17-ouro (monotrilho)

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.01.2018, 09:35:00 Editado em 18.01.2018, 09:35:08
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MARTHA ALVES, MARIANA ZYLBERKAN E ARTHUR RODRIGUES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os usuários do metrô de São Paulo amanheceram nesta quinta-feira (18) sem o serviço devido a greve da categoria contra a privatização das linhas 5-lilás e 17-ouro (monotrilho). Para chegar ao trabalho, o paulistano precisou enfrentar longas filas e ônibus lotados. Cerca de 4 milhões de pessoas utilizam o metrô diariamente.

Apesar da paralisação, trechos das linhas 1-azul (entre as estações Saúde e Luz), 2-verde (Ana Rosa até Vila Madalena), 3-vermelha (Bresser-Mooca até Marechal Deodoro) e 5-lilás (Capão Redondo a Adolfo Pinheiro) estavam funcionando parcialmente por volta das 7h58. A linha 15-prata (entre Oratório e Vila Prudente) está totalmente fechada, segundo o metrô.

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Nas demais estações onde o metrô não circula, uma frota extra de ônibus está atendendo a população, como na estação Corinthians-Itaquera (linha 3-vermelha), que está completamente fechada para a circulação dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do metrô.

Com a greve deflagrada, a prefeitura liberou o rodízio de carros de passeio e o serviço da zona azul. A SP Trans (empresa municipal de transporte) também pôs nas ruas uma operação especial de ônibus para manter o acesso à região central e às principais pontes da capital paulista. A CPTM antecipou o horário de abertura das estações a partir das 4h para atender o aumento da demanda. A concessionária da linha 4-amarela também informou que adequou a sua oferta de trens.

Sergio Avelleda, secretário municipal de Transportes, diz que o sistema de ônibus não consegue suprir totalmente a capacidade do metrô. E reafirmou a recomendação de utilizar bicicletas ou se locomover a pé para distâncias curtas ou utilizar caronas.

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Avelleda presidiu o Metrô. Questionado sobre a motivação da greve, disse "não ter condições de entrar no mérito desses assuntos" por não estar na empresa, mas que "chama a atenção que a única linha privatizada [a linha 4-amarela] esteja operando normalmente". Segundo ele, a paralisação pode levar a opinião pública a apoiar as privatizações.

Em vídeo divulgado em seu perfil no Facebook, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) adotou posição semelhante. Para ele, a greve é "absurda" e "reforça a convicção de que está correta a concessão das linha 5 e 17". "A única linha operando totalmente é a linha operada pela iniciativa privada. Nós não vamos retroagir", afirmou.

NO MEIO DO CAMINHO

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A paralisação parcial deixou passageiros presos no meio do caminho. A babá Neide Novaes, 50, veio de Mogi das Cruzes e, ao chegar na Luz, não tinha como chegar na Parada Inglesa por meio da linha azul –a linha só funcionava entre Luz e Ana Rosa. "Já avisei minha patroa que não consigo chegar", diz.

Alguns passageiros criticaram os grevistas pela paralisação parcial. "Quer parar para tudo.Isso é uma palhaçada", afirma a analista de crédito Tércia Lacerda, 51, que faria o trajeto entre Itapecerica da Serra e Santana, mas também ficou presa na Luz.

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A doméstica Kilma Taciana da Silva, 30, chegou na estação Itaquera antes das 6h e não conseguiu embarcar nos ônibus lotados que saiam rumo ao centro. "Na última greve, me machuquei na confusão. Não quis arriscar", diz ela que trabalha no Morumbi.

A auxiliar de limpeza Cristina Sobrinho, 41, chegou por volta das 4h na estação e se deparou com o embarque para os trens da CPTM fechado. "Tinham seguranças com cassetetes enormes barrando a entrada".

De acordo com passageiros vindos da Penha (zona leste) com destino ao Terminal Parque Dom Pedro, um trajeto que leva geralmente menos de uma hora demorou uma hora e meia neste dia de greve. Entre os usuários, havia vários passageiros que foram obrigados a alterar a rotina.

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Funcionária de um escritório no centro, Stefani de Sá, 23, diz que levou o dobro do tempo no trajeto entre o Parque Dom Pedro e a Cidade Tiradentes. "Normalmente demora uma hora. Mas hoje demorou duas, porque estava muito congestionado o trânsito da Radial Leste", disse.

O Metrô lamentou a decretação da greve e disse que acionou uma operação de contingência para atuar nesta quinta. Na prática, isso significa que foram convocados funcionários do alto escalão da companhia capazes de operar os trens e manter as estações funcionando mesmo que parcialmente.

Para o sindicato dos metroviários, a decisão pode colocar a população em perigo "já que os trens devem ser conduzidos por profissionais treinados e habilitados para isso, os operadores de trem", segundo trecho de nota.

MOTIVOS

Os metroviários manifestam contra a concessão à iniciativa privada de duas linhas do Metrô, a 5-Lilás e a 17-ouro (monotrilho) feita pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O resultado da licitação será conhecido nesta sexta-feira (19), e uma empresa ou consórcio será responsável pela operação das duas linhas.

Além das linhas 5 e 17, o Metrô pretende ainda conceder as linhas 2-verde e 15-prata, que já estão construídas. Entre as linhas que estão em construção e que também deverão ser concedidas estão a 6-laranja e 18-bronze. Neste modelo, o Metrô iria operar apenas as linhas 1-azul e 3-vermelhas.

Nesta semana, a Justiça do Trabalho chegou a determinar que 80% da categoria deveria trabalhar nos horários de pico da operação e 60% fora do horário de pico. A multa caso descumpram a determinação é de R$ 100 mil.

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