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OMS põe Estado de SP inteiro em alerta de febre amarela

ANGELA PINHO, CLÁUDIA COLLUCCI, DHIEGO MAIA, KLEBER NUNES E NATÁLIA CANCIAN SÃO PAULO, SPDE BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu nesta terça (16) todo o Estado de São Paulo no mapa de risco de febre amar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.01.2018, 21:15:00 Editado em 16.01.2018, 21:15:03
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ANGELA PINHO, CLÁUDIA COLLUCCI, DHIEGO MAIA, KLEBER NUNES E NATÁLIA CANCIAN SÃO PAULO, SPDE BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu nesta terça (16) todo o Estado de São Paulo no mapa de risco de febre amarela e recomendou a vacinação de viajantes internacionais com destino a qualquer município paulista, seja em área urbana ou de mata.

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A orientação foi divulgada no momento em que a imunização no Estado vem sendo gradualmente ampliada, mas ainda não atinge todo o território -por ora, as ações ocorrem em 510 dos 645 municípios e em parte da capital.

No mesmo dia do anúncio da OMS, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) resolveu antecipar a campanha emergencial de vacinação no Estado. Em vez do dia 3 de fevereiro, doses fracionadas (0,1 ml) da vacina serão aplicadas a partir do dia 29 deste mês em 54 cidades paulistas e em parte da zona leste e sul da capital. São Caetano foi incluída na lista nesta terça (16).

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O comunicado da OMS foi divulgado horas após uma médica holandesa comunicar que um paciente no país foi diagnosticado com o vírus após viagem ao Brasil. Trata-se de um homem de 46 anos que ficou 21 dias no país e chegou à Holanda no dia 8 deste mês com febre de 40 graus, dores de cabeça e musculares, náusea, vômitos e diarreia. Ele passa bem.

Entre os locais por onde ele passou está Mairiporã, na Grande São Paulo. A 37 km da capital, a cidade tem o maior número de casos de febre amarela confirmados no Estado -são oito pacientes, com cinco óbitos, segundo a Secretaria da Saúde, desde janeiro de 2017.

Desde julho, quando o ministro Ricardo Barros (Saúde) declarou o fim do pior surto de febre amarela já registrado no Brasil, já foram confirmados 35 casos da doença no país, com 20 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

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A pasta considerou o posicionamento da OMS fruto de um "excesso de zelo".

De acordo com o ministro da Saúde em exercício, Antônio Nardi, isso ocorre diante da impossibilidade de mapear, nos aeroportos, os locais de destino dos turistas que chegam ao Estado.

Ele nega a possibilidade de mudança nas áreas de recomendação para vacinação devido ao alerta aos turistas.

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"As áreas determinadas para vacinação continuam as mesmas", afirma. "As determinações serão atualizadas conforme necessidade."

O governo Alckmin também afirmou que a recomendação dada pela OMS não altera as estratégias para combater o avanço da doença.

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"Desde 2016 as áreas de recomendação de vacina no Estado foram gradativamente ampliadas, a partir da identificação de epizootias (adoecimento ou morte de macacos), abrangendo atualmente 510 dos 645 municípios paulistas", afirma a nota.

A pasta diz que não há motivo para pânico. "A vacina é indicada, neste momento, a quem reside ou vai viajar para áreas consideradas de risco, no Brasil ou no exterior. As pessoas que residem em localidades não alcançadas pelo vírus devem aguardar pelo início da campanha."

ORIENTAÇÃO

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Em seu comunicado, a OMS cita a evolução dos casos de febre amarela registrados no Brasil e diz que sua orientação leva em conta "o aumento do nível de atividade do vírus da febre amarela observado em todo o Estado de São Paulo".

Além da vacinação dez dias antes da viagem internacional, a entidade recomenda tomar medidas para evitar picadas de insetos e atenção a eventuais sintomas da doença, que incluem febre súbita, calafrios e vômito.

A orientação é restrita a viajantes internacionais e não obriga os outros países a exigir a vacinação de quem se dirige ao Estado. A medida, porém, pode vir a ser tomada por governos estrangeiros.

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Desde antes da atual situação, 135 países, como Bolívia e Paraguai, já exigiam o certificado de vacinação de viajantes provenientes do Brasil.

A lista, disponível no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br/viajante) não inclui, ao menos por ora, nem Estados Unidos nem a União Europeia.

Em 2017, a OMS já havia incluído como regiões de risco para a febre amarela a porção norte do Rio, o sul da Bahia e todo o Espírito Santo. Já estavam nessa lista também todos os Estados do Norte e do Centro-Oeste, além de Maranhão, Minas Gerais e partes dos Estados da região Sul, de São Paulo, da Bahia e do Piauí.

Para o epidemiologista Pedro Tauil, da UnB (Universidade de Brasília), a decisão da OMS foi acertada. "Como controlar para que áreas de São Paulo as pessoas vêm?".

Professor da USP, o infectologista Esper Kallas concorda com Tauil. "Para quem vem de fora fica difícil distinguir, dentro de uma mesma cidade ou região, locais de risco para doença."

Diretor do Instituto Evandro Chagas, o virologista Pedro Vasconcelos já avaliava antes do comunicado que "não há dúvida de que é preciso vacinar o país todo". Ele ressalta, no entanto, que é preciso começar pelos locais onde há casos da doença.

Por ora, não há registro de nenhum caso humano na capital paulista, só de macacos infectados. Ainda assim, a vacinação terá que ser estendida a toda a cidade, diz o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e outras Arboviroses. "As pessoas se locomovem o tempo todo dentro da capital. A pessoa mora na zona norte, mas vem para o centro, por exemplo."

Em declarações anteriores, o secretário David Uip, da gestão Alckmin, afirmou que isso ocorrerá de forma gradual, deixando por último as regiões com menos risco, como o centro de São Paulo.

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