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Assassinato de professor indígena foi por motivo fútil, diz delegado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Policiais civis de Santa Catarina prenderam na manhã desta sexta-feira (12), em Gaspar, a cerca de 50 quilômetros de Balneário Camboriú, no litoral norte do Estado, um rapaz de 22 anos suspeito de matar a pauladas, o professor

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.01.2018, 15:35:00 Editado em 12.01.2018, 15:35:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Policiais civis de Santa Catarina prenderam na manhã desta sexta-feira (12), em Gaspar, a cerca de 50 quilômetros de Balneário Camboriú, no litoral norte do Estado, um rapaz de 22 anos suspeito de matar a pauladas, o professor indígena Marcondes Namblá, 36 anos. O crime ocorreu na madrugada do primeiro dia do ano e teve grande repercussão depois que imagens registradas por câmeras de segurança vieram a público. As informações são da Agência Brasil.

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Segundo a Polícia Civil, o suspeito Gilmar César de Lima admitiu ser o autor do crime, cometido por motivo fútil. “Ele alegou que a vítima mexeu com seu cachorro”, revelou Douglas Barroco, delegado responsável pelo inquérito, descartando a hipótese de o professor ter sido assassinado pelo fato de ser índio.

De acordo com o delegado, Lima já era procurado antes mesmo de matar o professor indígena e havia um mandado de prisão em aberto contra ele, por tentativa de homicídio. Lima foi encontrado escondido na casa de uma irmã, a cerca de 50 quilômetros do local onde Namblá foi morto.

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Formado pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Marcondes Namblá dava aulas em uma escola indígena do município de José Boiteux, no Vale do Itajaí. Além disso, era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, com importante atuação pela preservação da língua Laklãnõ-Xokleng, de sua etnia.

Aproveitando o período de férias escolares, Namblá decidiu acompanhar um grupo de Xoklengs até Penha, onde os índios costumam aproveitar a presença de turistas para vender artesanato. O professor, que foi vender picolés, voltava de madrugada sozinho quando foi abordado por um homem portando um pedaço de pau.

As imagens registradas por câmeras de segurança instaladas próximas ao local da ocorrência exibem Namblá próximo a uma esquina, com uma das mãos apoiadas contra um poste de sinalização. O homem que a Polícia Civil afirma ser Gilmar César de Lima se aproxima e parece falar algo ao índio, que não esboça qualquer reação. Subitamente, o agressor desfere uma primeira paulada contra a cabeça do professor, que cai no chão e continua sendo agredido. Na sequência, o homem ameaça deixar o local, mas retorna e volta a agredir o indígena após perceber que ele ainda se mexia.

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Encontrado desacordado e com suspeita de traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A reportagem não conseguiu contato com as assessorias do Corpo de Bombeiros e do hospital.

INTOLERÂNCIA

A morte de Namblá e a revolta provocada pela divulgação das imagens levou várias entidades a cobrar agilidade nas investigações, alertando para o que classificam como uma “onda de intolerância contra indígenas no litoral de Santa Catarina”.

O Conselho Indigenista Missionário e o Núcleo de Estudos de Povos Indígenas, da UFSC, manifestaram, em notas, que o assassinato do professor um ano após uma criança kaingang de apenas dois anos de idade ser degolada por um desconhecido nos braços da própria mãe, em Imbituba (SC) decorre do contexto de intolerância étnica e anti-indígena no estado. “A violência aos povos indígenas é sistemática, diária, individual e coletiva”, sustentava o Nepi.

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