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Catalunha tem greve e protestos em resposta à violência policial de Madri

DIOGO BERCITO, ENVIADO ESPECIAL BARCELONA, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Barcelona, capital turística da Espanha, foi tomada por uma greve parcial nesta terça-feira (3) em protesto à violência policial do fim de semana, quando catalães votaram em seu plebiscito

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.10.2017, 10:00:09 Editado em 03.10.2017, 15:05:23
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DIOGO BERCITO, ENVIADO ESPECIAL

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BARCELONA, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Barcelona, capital turística da Espanha, foi tomada por uma greve parcial nesta terça-feira (3) em protesto à violência policial do fim de semana, quando catalães votaram em seu plebiscito separatista.

Os embates com as forças de segurança no domingo (1º) deixaram quase 900 feridos e alimentaram a indignação popular.

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Apenas 25% do transporte público funcionará durante os horários de pico. Atrações populares, como o recinto modernista de San Pau e La Pedrera, de Antoni Gaudí estão fechadas. Ao menos 47 estradas foram interditadas, algumas delas, caso de Tarragona, com pneus em chamas.

Na central Gran Vía de Barcelona, milhares de manifestantes se envolviam em bandeiras catalãs -faixas vermelhas e amarelas- com gritos de "as ruas sempre serão nossas", que se tornaram uma espécie de hino deste movimento.

Um cartaz dizia que "eles não nos deixam dizer nem um 'piu'", em referência ao personagem infantil Piu-Piu, outro símbolo dos protestos separatistas.

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A Catalunha é uma região espanhola já com alguma autonomia, contando com um Parlamento próprio e uma polícia a seu mando, os chamados Mossos. Mas uma série de vitórias eleitorais deu força para que partidos separatistas pedissem a independência completa.

O movimento tem crescido desde 2012, data de imensas manifestações populares, mas chegou a seu ápice no dia 1° com o plebiscito separatista. Mais de 90% votaram no "sim" -apesar de a consulta ter contado com apenas 2,2 milhões de eleitores, ou 42% do total.

O governo central em Madri não reconheceu o plebiscito. Ainda não há uma data para que o Parlamento discuta o gesto.

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O atrito entre os governos de Madri e de Barcelona, escalado nas últimos semanas, é um dos principais desafios da democracia espanhola desde sua transição em 1975, encerrando uma ditadura de quase quatro décadas.

"Sempre acreditei que a independência catalã daria continuidade à nossa história", diz à reportagem Ferrán Sabate, 64, em uma manifestação -falando alto para ser ouvido entre o tilintar das chaves balançadas no protesto.

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"Fomos independentes por séculos, até sermos tomados por armas em 1714", afirma. Naquela data, o rei espanhol Felipe 5° tomou Barcelona e suspendeu a autonomia parcial da Catalunha.

Um dos argumentos dos separatistas é sua economia pujante, que corresponde a 20% do PIB espanhol, hoje de US$ 1,2 trilhão.

"A Catalunha é um povo explorado, e ainda por cima nos odeiam", diz Josep María Calbete, 82. "Uma Catalunha independente é viável, mas uma Espanha sem a Catalunha, não."

Além do governo espanhol e da polícia nacional, que esteve à frente dos embates de domingo, outro alvo dos protestos era a imprensa espanhola, vista como demasiado parcial. Manifestantes cercavam repórteres de veículos de Madri gritando "imprensa espanhola manipuladora!".

"Os jornais nos chamaram de manifestantes no domingo, mas não era um protesto. Estávamos votando. Agora sim estamos protestando", diz Gemma Canarda, 45. "O que escrevem é totalmente diferente da realidade."

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