FABIO PAGOTTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Preparação física e espiritual. E muita expectativa. É assim que romeiros se aquecem para o jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, festa que teve início anteontem, em Aparecida (180 km de SP), e terá seu ápice no dia 12, feriado em comemoração à santa.
A pé, de ônibus, de bicicleta, de moto e até a cavalo. Não importa como chegar ao local sagrado, mas sim vencer a distância. A peregrinação, ato de fé importante para a religião católica, serve para pagar promessas, pedir graças ou simplesmente mostrar devoção.
"Ir a Aparecida é como visitar a casa da minha mãe", disse a aposentada Elisete Aparecida Zanotti, 62 anos, fiel da paróquia de Nossa Senhora Aparecida do Ipiranga (zona sul) e que vai até Aparecida de ônibus. "É um momento de profunda devoção e a viagem é parte disso. Todos no ônibus vão cantando e celebrando a mãe Maria", disse Elisete, que fará a peregrinação pela quinta vez.
A romaria da igreja é uma das mais famosas da capital. "Já são 60 anos de romaria. Este ano serão cinco ônibus com 230 pessoas", diz Anísio Hilário, pároco da igreja. "Este ano é especial para nós aqui, também, porque a paróquia será elevada à condição de santuário", afirmou. "Vai ter uma grande festa."Ritual
A ida a Aparecida é um ritual pessoal e íntimo para o motorista Antônio José Luiz Mota, 56 anos, que vai com a romaria da igreja. "Sempre peço a intercessão dela na minha vida, como quando minha mulher ficou doente, há dois anos. Ela chegou ao hospital de cadeira de rodas, com muitas dores. Enquanto ela fazia exames, pedi à Nossa Senhora que intercedesse. Em pouco tempo ela melhorou e o diagnóstico não mostrou nada", conta.
"Peço a proteção dela também para o dia a dia, e agora é o momento de agradecer todas as graças dela, as que ficamos sabendo e as que sequer sabemos que recebemos, que são muitas."
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